Já tinha aqui comentado que adquiri o livro Ponto de Impacto do Dan Brown (o mesmo do Código da Vinci que vai ser lançado em filme no próximo mês de Maio) para uma leitura “sem compromisso”. Confesso que estou me tornando fã do autor que, de uma forma simples e ao mesmo tempo profunda, faz de temas atuais livros que prendem o leitor sem permitir que este vá ao banheiro.O enredo desta obra são as safadezas e falcatruas possíveis de serem feitas para eleger quem quer que seja. Tanto cá como lá, sempre existiram artifícios dos mais impensados para enfiar no poder não o melhor, mas aquele mais interessante para os interesses de poucos. Com isso em mente, o autor juntou algumas agências governamentais norte-americanas em um daqueles que seria, caso acontecesse de fato, o maior engodo possível de ser imaginado: um meteoro com fósseis que comprovaria a existência de vida fora da Terra (o que particularmente não duvido nem um pouco).
Passei 3 dias grudado na obra e me deliciei. Para quem gosta de intrigas, quebra-cabeças e emaranhados de histórias, vale a dica do livro.
Nárnia – depois de 20 anos
Quando do início da adolescência, como a maior parte dos garotos, era uma verdadeira pilha duracell ambulante: escola, bola, piscina, briga, esconde-esconde, subir em árvore, bicicleta e por ai vai. Mas tinha um diferencial de meus colegas: eu simplesmente amava a biblioteca da escola e lá passava incontáveis horas durante todo o ano.
A bibliotecária, Sra. Elizabeth (a amável Beth), sempre bonita e muito bem vestida, era uma pessoa que, de uma forma ou de outra, conseguia domesticar as feras do colégio. Eu, Newton Arraes, Marcelo Naime e alguns outros (como guardamos os nomes dos tranqueiras né) conseguíamos, em questão de minutos, fazer um pátio sepulcral se tornar um verdadeiro mercado de peixe que nem mesmo a diretora conseguia conter; somente a bibliotecária. Íamos para a “casa da leitura” e lá ficávamos não a contragosto, mas com um prazer enorme absortos na leitura das mais diferentes histórias que iam desde a série Vagalume (quem não lembra?) até… As Crônicas de Nárnia.
Nesta época travei conhecimento desta série de livros do autor C.S. Lewis que simplesmente me faziam viajar. Uma terra inexistente mas contada com tal riqueza de detalhes que era impossível se desligar. Queria sempre ler mais uma página para saber o que aconteceu com o personagem, fosse esse humano ou não.
Deixando a nostalgia de lado (que ainda vou contar aqui de minha sessão “best days” feita há pouco tempo), quando do primeiro trailer de filme As Crônicas de Nárnia no cinema, não acreditei (da mesma forma que Tolkien com o Senhor dos Anéis, o qual já tinha lido). Me senti voltando no tempo para o colégio em Campinas onde lia, muitas vezes embaixo das árvores do grande jardim, aquelas histórias.
De tanto falar, meu pequeno se interessou também e fomos nós para o cinema no dia da estréia nacional. Como previsto, é deslumbrante o que hollywood pode fazer. Lindo, simplesmente lindo. Os personagens, a fotografia, o cenário, a música (que você pode baixar o CD), tudo feito com um esmero que pouco vi em adaptações. Valeu cada minuto do filme e cada centavo gasto na entrada e na pipoca.
Mas qual não foi minha surpresa que, no natal, meu menino me vem com o livro de edição única de todas as crônicas? Nas próprias palavras dele, parecia uma criança ganhando um presente muito desejado. E certamente o foi. Agora, aproveitando a estada dele em férias na minha casa, aproveito para reler a obra que tanto me cativou há 20 anos atrás.
Para esta obra não preciso esperar a fim de comentá-la. É deslumbrante. Um conjunto de crônicas que fazem qualquer um (que possua bom gosto, é claro), viajar por mundos encantados e voltar a ser criança, sonhando com fadas, bruxas, animais falantes e as mais impressionantes aventuras que são possível imaginar.
Àqueles que não são dados a coisas do coração, que leiam Paulo Coelho. Dizem que vale a pena tanto quanto jornal de embrulhar peixe na feira.