Mês: julho 2007

Simbora

A inseparável mochilaPronto, mala fechada, passaporte na mão, boné e iPod no ouvido. Ahh… claro, a máquina fotográfica que não pode ser esquecida nunca.

O legal das viagens é comprar os badges para colocar na mochila. Além de destacá-la no meio daquelas esteiras gigantes dos aeroportos do mundo (estou falando de aeroporto e não campo de pouso), faz você lembrar onde passou, onde pisou.

Infelizmente minha mochila foi comprada depois que comecei a viajar para fora do país e por isso faltam vários badges: Chile, Argentina, Bolívia, Uruguai, Peru, Colômbia, Holanda, Noruega e até mesmo da Alemanha. Estes vou caçar em algum lugar do mundo ou, quando retornar aos países, compro. O da Alemanha coloco desta vez junto com a Indonésia, Malásia, Áustria e República Tcheca. Deste jeito já estou vendo o dia que não tenho mais mochila, mas sim um outdoor ambulante como comentou o Gustavo dias atrás que imaginava minha mala desta forma. Não errou! :-)

Quando voltar escrevo os relatos da viagem e posto as fotos. Até lá, só espero que o Timor-Leste não pegue fogo pois hoje é a escolha do primeiro-ministro e o caldo promete ficar quente.

Até a volta!

Prometo que vou pensar

Já recebi quatro pedidos de compra do DVD da Nova Zelândia mas estes não posso vender. É um DVD pessoal, para familiares e que contém cenas proibidas para menores que poderiam deixar qualquer um aterrorizado, como por exemplo, drag queens andando pelas ruas de Auckland ou ainda fazendo certas necessidades à beira da estrada ;) Mas estou pensando em fazer um DVD sobre a viagem, principalmente mostrando os dados e informações interessantes para aqueles que querem ir passear por lá. Vou aproveitar a ida à Europa para pensar no assunto.

O que mata não é querer ou não fazer o DVD, mas sim o tempo necessário para isso. Somente no clipe da viagem (que pode ser visto aqui) gastei quatro horas e meia na edição do áudio e imagens, colocação de efeitos, legendas e outras coisas mais. Tudo isso para um minuto e meio de produção. Claro que aqui não estou contando o tempo de renderização do mesmo pois aí meu caro, sobe para quase dez horas de trabalho.

Então não prometo que sai, mas prometo que penso.

Pé na estrada mais uma vez

Ufa, está chegando mais uma viagem. Desta vez, nada de paisagens de quebra-cabeças ou ainda lugares exóticos. Agora o destino é o velho continente e um descanso mais que merecido (ralei estes meses viu, tá doido!) vendo palácios, museus, praças, monumentos e claro, passando um calor dos diabos.

O roteiro não sai muito daquilo que é legal de se conhecer em um giro pela Alemanha, Áustria e República Tcheca: Frankfurt, Nuremberg, Munique, Salzburgo, Viena, Praga, Berlim e Colônia. Poucas cidades para poder aproveitar bem cada uma delas, caminhar bastante e pedir a Deus para que o final do dia chegue logo. Desta vez, nada de backpacker, nada de McDonald’s (se bem que seria interessante conhecer um em Praga) e muito menos franguinho do KFC (pense numa coisa nojenta!). Ao contrário muita, mas muuuuiiiitaaa cerveja gelada e muito vinho do bom.

Mapa

No meio do caminho, ainda tem stop-over em Bali e Jakarta. Na primeira, escala obrigatória para quem sai do Timor rumo à civilização e a segunda, estratégica para a compra das bugigangas eletrônicas e preparação para dezessete horas de vôo e mais uma escala em Kuala Lumpur. Isso claro, se os malaios não pegaram a gripe aviônica brasileira. Aí meu amigo, só Buda vai saber quando chego em Frankfurt Am-Main.

Mas vai valer a pena. Vou colocar mais alguns países no passaporte, vou poder tomar o famoso Kopi Luwak, subir em mais uma torre (a de Berlim), bater um papo com o Knut no zoológico, conhecer o primeiro campo de concentração alemão (Dachau), ver algumas locações de filmes como Supremacia Bourne, Blade II e Noviça Rebelde e tirar muitas, muitas fotos. Afinal, máquina fotográfica serve para isso mesmo ;)

Entonces já está avisado. A partir de 1º de agosto, nada de post. Parto em pleno inferno astral do Timor-Leste (será a escolha do primeiro-ministro), páro de escrever e parto para vinte dias de descanso. Mais que isso, vinte dias que indiscutivelmente valerão por uma vida toda, afinal não é sempre que podemos estar cara a cara com o futuro escolhido a dedo não é mesmo? Sobre isso… depois conto.

Brasinésia

Não teria como deixar de falar sobre o catastrófico acidente da TAM na minha terra natal. Sinto uma dor tremenda só de imaginar a situação. Mas conversando aqui com amigos sobre o ocorrido, chegamos a conclusão que devemos mudar o nome da terrinha para Brasinésia, um mix de Brasil e Indonésia devido a semelheança gritante entre os dois países. Não acredita? Pois olhe as coincidências.

O Brasil tem a crise aérea latente e ninguém resolve. Todo mundo diz que “está caminhando” mas o que vemos é uma lesma manca que pende para os lados. E na Indonésia como é? Bem, aqui TODAS as companhias aéreas estão proibidas de voar para a Europa por questões de segurança. Tal lá como cá, quando o governo diz A e você tem que entender B. Simples assim e reze para não estar num “Garuda” ou num “Adam” quando a coisa tentar subir ou descer.

Mas ai disseram que aqui tem catástrofes e lá não. Não mesmo? E o que é o senado? Vai me dizer que não é uma catástrofe? Uma casa legislativa onde um senador renuncia para manter seus direitos políticos em pé e seu vice, no mesmo dia que assume, já recebe um processo nos cornos, o que é? E o presidente da mesma casa, com sua arrogância de um verdadeiro ditador indonésio dizendo que só sai amarrado, o que é? Claro, uma catástrofe natural inclusive. Da mesma forma que as Tsunamis aqui, eles conseguem jogar lama para todos os lados e emporcalhar tudo o que tem pela frente.

Mas olha só o que mais, aqui tem café e lá também. Aqui tem mar e lá também. Aqui tem terremoto e lá… ups, lá não tem. Não tem mesmo? E o que é a polícia entrar num morro e meter bala em todo mundo? Videogame? E ver prédios ruíndo por causa de areia no meio do concreto das vigas, o que é?

Ahhh, mas aqui é uma ilha e lá não é. Não mesmo? Olhe bem e veja se existe país mais ilhado que a terra brasilis. A única diferença entre as ilhas daqui e de lá é o que as separa. Aqui é água salgada e lá um muro e uma enorme vala que separa a grã-finagem do restante do povo. Pequena diferença não é mesmo?

Ditadura ambos tiveram. Notas com muitos zeros também. A única coisa que ainda não tem do lado de lá e macho para invadir os vizinhos como aqui. Mesmo errados ou loucos, os daqui pegam nas armas e mandam ver. Enquanto isso, do outro lado, deixa a pista molhar, relaxa e goza. Quem sabe com o rabo queimando aprendem a tocar fogo em praça pública nos safados que já deveriam ter sido tostados há muito tempo?

Brasinésia, como diz a “grobo”, o futuro já começou.

PS: às famílias das vítimas do acidente da TAM, as mais profundas condolências diretamente do Timor-Leste.

Aliviando a tensão

Os úlimos tempos andam complicados e ando fazendo coisas, digamos, estranhas. Nada que me condene e tampouco que me acabem com a imagem, mas devido a tensão que paira no ar pelos problemas de instabilidade política, a maldita “rádio pião” que teima em fanfarrear em tudo que é blog, lista e site as mais esdrúxulas notícias sobre o país e também o celular que vive quente pela sistemática recepção de mensagens da área de segurança da ONU para todo o staff ficar avoid the area, ando usando técnicas interessantes para tentar desligar um pouco a cabeça.

Uma delas é a caminhada diária ao final do dia. Caminho quase quatro quilômetros que fazem bem as minhas pernas e também para a tensão do dia-a-dia. Como caminho na orla perto da estátua do Cristo (que ainda não entendo porque está de braços abertos para a Indonésia e não para o Timor), posso ver o sol se pondo atrás de Ataúro numa apresentação maravilhosa de beleza. Cada dia um pôr-do-sol diferente, cada dia um deslumbre novo. Isso me dá prazer e efetivamente faz com que deixe por uma hora os pensamentos da água do caldeirão fervente bem longe.

Já a outra é mais cerebral. No final do dia, antes de me deitar e depois de ter escrito pelo menos umas quatro páginas do livro que está saindo em breve (além dos posts aqui no blog e no meu outro site), dou uma passada na Desciclopédia. Um site de humor no melhor estilo Wikipédia mas que, obviamente, contém todo o tipo de piada de bom e mau gosto sobre todos os assuntos possíveis e imagináveis, além de um verdadeiro rosário com o que há de melhor e pior em palavras de baixo calão.

Algumas páginas são uma bostinha (como os próprios editores confirmam), mas outras são verdadeiras pérolas da criatividade humana. Dentre elas inclusive existem aquelas que vejo regularmente, seja para verificar a existência de novo conteúdo ou ainda para dar risada da mesma coisa. Na lista das melhores estão: Emo’s (existem seres assim?), Galvão Bueno, Brasil, o narrador da Sessão da Tarde e claro, Chuck Norris.

Pode não ser o alívio que tanto desejo e tanto preciso (mas que está pertinho de chegar). Mas, pelo menos, de tédio e amargura não morro e espanto até mesmo os sonhos como o da última noite em que estava no meio de uma guerra civil em Dili, com pessoas armadas de um lado e chumbo internacional do grosso de outro.

Enfim, já que terminei o post, deixe-me ir para a Desciclopédia dar umas risadas pois o tempo urge e a cama chama. Boa noite!

Seleção sem Galvão, quanta emoção

Não vou entrar na retórica do quanto é bom ganhar da Argentina, seja no futebol, no vôlei, na bolinha de gude e até mesmo no fliperama. Sempre, sempre é bom, até mesmo de meio gol, tá valendo.

Nesta segunda-feira, domingo no Brasil, tive o prazer de assistir a seleção brasileira mostrar um futebol até interessante e devolver “los hermanos” com um segundo lugar lá para as terras do Prata. Esta façanha aconteceu graças a um canal indonésio chamado RCTI que transmitiu ao vivo este e a maior parte dos jogos da Copa América, principalmente os brasileiros. Claro que os flashes de intervalo com as peitudas vestindo sumárias blusinhas foram incansavelmente repetidos para o delírio dos marmanjos e tristeza das mocinhas, afinal, fartura aqui só de vulcão.

Mas o melhor não está no fato da seleção ganhar, haja visto que nos últimos três confrontos internacionais, ganhamos todos. Também não está tanto no fato que quase enfartei logo as seis da manhã quando, ainda dormindo, meu roommate berra na sala com aquela pintura de Júlio Baptista no ângulo adversário. O melhor mesmo foi assistir noventa minutos de futebol sem o imbecil do Galvão Mala Bueno. Gente, vocês não fazem idéia de quanto é bom isso!

O jogo foi transmitido com narração em inglês por um cara que duvido não falar alguma língua latina pois sua pronúncia dos nomes dos jogadores, coisa que sempre pega para qualquer profissional da área, era quase perfeita. Além disso, comerciais com aquele narrador global que não morre nunca e as chamadas do gordo mais imbecil do planeta ficaram há mais de 23 mil quilômetros daqui quando, no chegar da manhã em Dili, pude pela primeira vez assistir futebol e não um poço de asneiras que nem mesmo o célebre Sílvio Luiz era capaz de fazer (e olha que ele era dose).

E pelo visto não fui somente eu que assisti. Obviamente que fui obrigado a tirar minha camisa canarinho do armário e desfilar com ela nos corredores da UN e Ministério nesta segunda-feira onde surpreendentemente, ouvi dezenas de pessoas (isso mesmo, dezenas) me dando os parabéns e até mesmo pronunciando “Brasil” de uma forma meio inteligível e com sotaque de algum país do sudeste asiático. Eita orgulho viu! Acho que vou comprar o jogo completo de camisas :-)

Finalmente, não esqueça, tem coisas que nem a Mastercard faz por você, só a RCTI em sumir com o Galvão.

Meio ano

Não gosto de contar o tempo com o tempo. Prefiro contar por estações como os antigos faziam e ainda fazem em alguns lugares do mundo. Não gosto de calendários e admito que sou muito ruim com datas, dependendo constantemente de lembretes eletrônicos para ocasiões especiais como aniversários e comemorações. E isto não é somente para pessoas mais distantes (que não quer dizer menos queridas), mas também para os mais próximos, como minha mãe (ainda bem que ela sabe disso). Tempo para mim se resume em, no máximo, uma semana e honestamente me admiro com aqueles que são verdadeiras agendas eletrônicas ambulantes. Penso eu que minha cabeça tem coisas mais importantes que guardar telefones e/ou a data disso ou daquilo. Para isso, existem agendas (que as não tenho, também confesso).

Isso não me deixa ser uma pessoa menos comprometida, ao contrário. Me liberta para me preocupar com aquilo que realmente é importante como por exemplo, ligar e escrever constantemente para aqueles que adoro e amo, sem data marcada, sem horário pré-estabelecido. Simplesmente tenho a vontade de dizer um “olá” ou ainda ouvir a voz dela do outro lado do mundo e faço. Se tivesse agenda seria algo assim: “dia 18 as 14:32, horário do Brasil, estou entrando novamente em contato”. É como aquele que envia um e-mail e liga para a pessoa dizendo que enviou um e-mail. Ora, se enviou não liga, se liga não envia. Lógico não é mesmo? (mas para alguns, não). Sinto soar mal em meus ouvidos a coisa de ter hora certa e justa para as vontades. Se tem hora, não é vontade, é obrigação.

(aqui faço uma pausa pedindo à todos que “esqueci”, o perdão. Não faço por mal, simplesmente não faço. Desculpem-me e entendam-me).

Mesmo com esta minha petulância com datas, nos últimos tempos criei o costume ruim de marcar meus aniversários longe de casa. Primeiro, dias. Depois, semanas e agora, meses. E nesta brincadeira de marcas vermelhas no calendário, já se foram seis meses longe da terra brasilis, do espeto corrido, dos palmitos macios, dos pudins de leite, dos cinemas, do trânsito infernal, das estradas esburacadas, das piadas com o senado e o presidente, da banca de jornal da esquina defronte a padaria. Seis meses passados de uma forma diferente, conhecendo pessoas diferentes, vendo paisagens diferentes.

Alguns teimam que diferente, ou é feio ou é ruim (não sei de onde tiram esta idéia). Ao contrário, acho o diferente interessante, bonito, mágico. Mas claro, seis meses de diferenças fazem com que elas não sejam mais diferentes e daí, hora de recriar o criado.

Nestes seis meses vi coisas que não esperava e outras que já as esperava. Conheci o outro lado de muitas coisas e também que muitas coisas têm os mesmos lados, tanto cá como lá. Consegui ver cores que não conhecia em pinturas que já conhecia, sentir pedras que não sentia mas sabia que existiam. Foram seis meses daquilo possivelmente chamado de retiro por alguns e entrega por outros, mas seis meses de realizações, principalmente pessoais.

Indiscutivelmente a saudade é o mal maior. Aprendi da pior forma. Estar longe é muito mais que linhas em um mapa que separam desenhos deste ou daquele continente. Assim mesmo, é factível o aceite desta quando se faz com determinação, com objetivo e com “por quê”. Os dias passam rápido sendo nenhum igual a outro e somando-se, as etapas vão sendo transpostas.

Enfim, quase pronto para mais seis meses, me pego num final de semana contemplando as ondas da baía de Dili num pôr-do-sol prateado (os quais nunca vi dois iguais em cento e oitenta dias), a espera da próxima viagem dentro de quinze dias para o reabastecimento completo das baterias e tomada de decisões sobre o período. Quem sabe o retorno não é mais rápido que o esperado?

No pain, no gain, not for me

Curioso que sou, final de semana passado tirei a prova dos nove sobre uma questão que me pertubava há tempos. Muitos de meus colegas aqui em Timor possuem uma religiosidade contundente quando falamos de massagens. Vão todos os finais de semana fazer “sessões de relaxamento” e retornam sempre comentando as benesses de tal atividade.

De antemão já digo: não gosto de nada que prenda ou aperte. Não uso relógio, não uso pulseira e tenho verdadeira paúra de calças, as quais somente uso por questões laborais. Então a massagem certamente seria algo que entraria na lista das indesejadas.

Dito e feito! Fui junto com um amigo, assíduo frequentador ao afamado Cozy, lugar bem arrumado e profissional onde reina o silêncio e o barulhinho de água rolando pelas paredes de vidro. Lá chegando, sou prontamente chamado para a minha sessão de uma hora e meia, da qual dizia meu chapa que iria sair “nas nuvens”.

Sim, saí nas nuvens… de raiva e com a cabeça pensando em quinhentas maneiras de amputar os braços da massagista. Foram noventa minutos de tortura física e psicológica onde, deitado em uma maca, mais parecia um monte de carne sendo batido para virar bife. Sentia os dedos duros cutucando meus ossos e meus órgãos a tal ponto que duvidava sair de lá com alguma junta da espinha colada com a outra ou sem tirar meu velho e conhecido braço direito do seu devido lugar. Pior, não podia falar ou xingar ninguém pois o local era de absoluto silêncio, mais parecendo o céu com suas cortinas e pessoas de roupas brancas (neste momento tenho a certeza, ou o céu não é branco ou aquilo é o inferno disfarçado). As costelas gemiam com o esforço, os músculos se contorciam e eu, olhando para o chão, simplesmente tentava compreender o que passou pela minha cabeça de fazer aquilo… e pagando!

Claro que a profissional culpa não possui no episódio. É bem treinada e acredito que faz o serviço efetivamente como deve ser feito. Então me resta somente entender como posso suportar a dor de tirar o braço do ombro, rir da situação e não aguentar as “dedadas” da moça. Creio que faltou (ainda bem!!!) um pequeno detalhe: carinho.

Massagem, em meu ponto de vista mesquinho, não é algo para ser feito por profissional, mas sim por “pessoal”. Ela não deve ser usada como método de tortura, mas sim como relaxante efetivo ao estresse e cansaço do dia-a-dia. Claro que não é possível sempre ter a mão pessoal percorrendo o corpo mas isso não é motivo para se sujeitar a tal aberração.

Já ouço muitos dizendo que sou louco o que não sei o que é bom. Desculpem-me meus caros mas eu sei muito bem o que é bom e podem ter certeza que não é nada disso. Na verdade, penso que quem não sabe o que é bom, são vocês ;)

O melhor vem agora

Semana passada aconteceram as eleições parlamentares aqui em Timor Leste. Certamente muito mais importante que a eleição presidencial pois com ela são escolhidos os efetivos representantes do povo e aqueles que irão decidir o destino do país.

Mas o melhor certamente vem agora. A prova de fogo para saber se as acusações, rixas e outras desavenças levantadas ao longo do pleito serão deixadas de lado para a composição do novo parlamento. Explico; quase finalizada a apuração, o partido tradicional, Fretilin obteve pela última contagem 21 cadeiras enquando o novo partido, CNRT (e contrário), 18. Com isso, nenhum dos dois maiores partidos timorenses possuem a maioria da casa e terão, num exercício hercúleo de composição, juntar forças com outros partidos menores (já que entre estes parece ser impossível) para conseguirem a maioria da casa e governarem de fato.

Neste momento me vem a nítida imagem do legislativo brasileiro que, mesmo com diferenças estruturais de escolha, o executivo também precisa compor aqui e ali para conseguir um mínimo de governabilidade. Lá sei que é difícil, quase um esforço sobre-humano. E aqui? Como será? Espero que as palavras do bispo de Dili sejam ouvidas e que todos compreendam que a composição não é para este ou para aquele lado, mas sim para o povo timorense (o que ainda não aprendemos lá do outro lado, que diga seu Renan Roubalheiros).

Se conseguirem compor efetivamente e alcançarem a governabilidade sem levar o país ao caos, teremos muito que aprender com eles. Caso contrário, o futuro irá dizer.

Aguardemos.

Cartilha para os brazucas fora da terrinha

Tomei ciência da criação de uma cartilha para brasileiros que pretendem viver ou vivem no exterior e também para aqueles que estão voltando para casa. A mesma é um trabalho conjunto de vários ministérios de nosso país e trás de forma simples e objetiva, as respostas para a grande maioria das perguntas relacionadas com migração.

Tomei um tempo para ler suas vinte e seis páginas e o conteúdo está muito bom. Informações sobre questões relacionadas à educação, saúde, trabalho, vistos e outras são abordadas inteligentemente neste documento. Nele inclusive, obtive algumas informações que não conhecia sobre alguns temas relacionados a “morar fora”.

Se você está pensando em “pular do barco”, dê antes uma lida nesta cartilha que pode ser encontrada dentro do site do Ministério do Trabalho e Emprego, clicando-se aqui. Ela pode persuadir você a mudar de idéia e mostrar que a realidade (que vivo contando nestas páginas) não é tão colorida como aparenta.

Agora se você está longe do churrasco e caipirinha, também dê uma olhada. Existem informações muito interessantes sobre a vida aqui fora.