Os úlimos tempos andam complicados e ando fazendo coisas, digamos, estranhas. Nada que me condene e tampouco que me acabem com a imagem, mas devido a tensão que paira no ar pelos problemas de instabilidade política, a maldita “rádio pião” que teima em fanfarrear em tudo que é blog, lista e site as mais esdrúxulas notícias sobre o país e também o celular que vive quente pela sistemática recepção de mensagens da área de segurança da ONU para todo o staff ficar avoid the area, ando usando técnicas interessantes para tentar desligar um pouco a cabeça.
Uma delas é a caminhada diária ao final do dia. Caminho quase quatro quilômetros que fazem bem as minhas pernas e também para a tensão do dia-a-dia. Como caminho na orla perto da estátua do Cristo (que ainda não entendo porque está de braços abertos para a Indonésia e não para o Timor), posso ver o sol se pondo atrás de Ataúro numa apresentação maravilhosa de beleza. Cada dia um pôr-do-sol diferente, cada dia um deslumbre novo. Isso me dá prazer e efetivamente faz com que deixe por uma hora os pensamentos da água do caldeirão fervente bem longe.
Já a outra é mais cerebral. No final do dia, antes de me deitar e depois de ter escrito pelo menos umas quatro páginas do livro que está saindo em breve (além dos posts aqui no blog e no meu outro site), dou uma passada na Desciclopédia. Um site de humor no melhor estilo Wikipédia mas que, obviamente, contém todo o tipo de piada de bom e mau gosto sobre todos os assuntos possíveis e imagináveis, além de um verdadeiro rosário com o que há de melhor e pior em palavras de baixo calão.
Algumas páginas são uma bostinha (como os próprios editores confirmam), mas outras são verdadeiras pérolas da criatividade humana. Dentre elas inclusive existem aquelas que vejo regularmente, seja para verificar a existência de novo conteúdo ou ainda para dar risada da mesma coisa. Na lista das melhores estão: Emo’s (existem seres assim?), Galvão Bueno, Brasil, o narrador da Sessão da Tarde e claro, Chuck Norris.
Pode não ser o alívio que tanto desejo e tanto preciso (mas que está pertinho de chegar). Mas, pelo menos, de tédio e amargura não morro e espanto até mesmo os sonhos como o da última noite em que estava no meio de uma guerra civil em Dili, com pessoas armadas de um lado e chumbo internacional do grosso de outro.
Enfim, já que terminei o post, deixe-me ir para a Desciclopédia dar umas risadas pois o tempo urge e a cama chama. Boa noite!