Ano: 2007

(Quase) passou e nem vi

Cinco meses. Cinco meses longe da feijuca, da pizza portuguesa, do cachorro-quente e da caipirinha. Cinco meses de VB, canco e LA. Já faz cinco meses longe do solo brasileiro e quase passa batido.

Mas não é por negligência ou falta de saudade (esta somente alguns poucos sabem o quanto é grande). É por absorção em outros temas e outras atividades.

O balanço é bom. Muita coisa já realizada, muita coisa já aprendida. Até mesmo a violência prevista para acender o caldeirão timorense não apareceu. Bom para mim e melhor para os filhos da terra que não terão que levantar mais um monumento à mortos como defronte do Ministério da Justiça.

Cinco meses… que coisa!

Resultados da Nova Zelândia

Comecei a trabalhar no DVD das imagens da última viagem para a Nova Zelândia. Confesso que é uma tarefa árdua, principalmente quando se tratam de aproximadamente 3 mil fotos e mais de 7 horas de vídeo. Cansativo mas vale a pena cada segundo das imagens.

O primeiro resultado é o trailer da produção (que chique!) que pode ser visto aqui.

iPod a manivela

As checagens diárias no shopping Internet sempre rendem bons frutos. No final de semana passado em uma breve pausa das tarefas com tempo para serem realizadas, abri minha ferramenta de RSS para verificar as “últimas aquisições” do dia e, no meio delas, S.O.S. Band veio para o já abarrotado iPod de boa música. Desta vez, um conjunto de quatro discos que há muito tempo não via e não ouvia, mas que trago na memória bons momentos de Stratos, Banana Power e claro, a Apô, inferninho classe B+ com a domingueira mais concorrida de todo o interior de SP.

Quando vejo o playlist do iPod me aterrorizo. Será que parei no tempo ou não apareceu nada que prestasse nos últimos 15 anos em matéria musical? Exceto o Jazz que insisto em amar compulsivamente e a MPB de qualidade que ando encontrando em alguns “sebos” espalhados pela rede, só existem músicas entre 80 e 95 no tocador. O que acontece? Estou ficando arcaico e o iPod com toda a sua tecnologia funcionando a manivela?

Ouvindo “The Finest” do S.O.S. Band ou ainda “Divine Emotions” do Narada Michael Walden certifico-me que não estou enganado; o que existe hoje não presta, mesmo! Duvido e faço pouco que qualquer ser dotado de um mínimo de compostura entre 20 e 35 anos que esteja em qualquer bar/boteco/boate/club de qualquer lugar ouvindo “The Finest”, não sinta o corpo inexplicavelmente começar a dar sinal de vida chacoalhando um pouquinho que seja de um lado para outro. E pior, se estiver com um copo na mão, estranhamente os cubos de gelo começam a saltitar dentro da bebida. Absurdo? De forma nenhuma, é música mesmo, da boa! Mas para dar um desconto, indico o novo CD do Bon Jovi que vai ser lançado no próximo dia 19. Está muito bom (não pergunte como já tenho que não conto :))

Para os “papais” de minha geração, uma compilação que vai fazer alguns pular, outros terem ataques de cólicas e outros ainda se levantarem correndo da cadeira com a lembrança do famigerado porre de domingo à tarde. Para aqueles que enfrentavam a bendita fila da Apô em dias de Derbi, um conselho: avisem antes a família sobre o que estão fazendo; a compilação saudosa da “entrada da casa” pode levá-lo ao enfarte.

Have You Ever Loved Somebody – Freddie Jackson
Don’t Look Any Further – M People
The Finest – S.O.S. Band
When Smokey Sings – ABC
Divine Emotions – Narada Michael Walden
Lean On Me – Club Nouveau
Body Talk – Imagination
Shattered Dreams – Johnny Hates Jazz
Don’t You Want Me – The Human League
Big In Japan – Alphaville
Smalltown Boy – Bronski Beat

Finalmente, o tiro de misericórdia: West End Girls – Pet Shop Boys

Enjoy!

E a coxinha entra no silicone

Socorram os pastéis, os risolis, croquetes e empadinhas pois as coxinhas já viraram asiáticas!

Fiquei sabendo de boca pequena esta semana, que lá no interior de São Paulo existe uma fábrica de coxinhas. Isso mesmo, uma fábrica de coxinhas! Todas idênticas, todas modeladas, todas iguais. Até mesmo as cores da fritura das coxinhas serão as mesmas.

Não mais poderemos ter o prazer de admirar uma verdadeira coxinha com suas partes arredondadas sedentas por uma pegada mais forte e seus bicos que inevitavelmente lembram seios de ninfetas gregas. Não mais poderemos trocar as coxinhas muito queimadas, mesmo depois de dar uma mordida nela e tampouco comentar jocosamente que a coxinha está com varizes. Não, elas entraram na era do silicone onde tudo é perfeito, tudo é milimetricamente calculado, tudo é feito para o olhar e não para o paladar. Choro em saber disso e no meio deste choro veio a saudade da Zefa.

Zefa era daquelas crioulas grandes, enormes, que enchiam o espaço da barraquinha do Mercadão com seu tamanho. Mas que mão tinha Zefa! Mãos de deusa que sabiam como modelar uma coxinha melhor que as de Zeta-Jones e os bicos como os mais perfeitos de uma adolescente. Zefa era deusa, a deusa das coxinhas do Mercadão.

Mas Zefa se foi (já se foi há muito, infelizmente) e seus restos selados para a eternidade com as novas coxinhas siliconadas. Dela somente resta a lembrança da saída no colégio técnico com sol a pino, pegar o ônibus até o Mercado Municipal e rezar para que o outro não lá estivesse, pois assim a passada na barraca da Zefa estava garantida para saborear todo o pecado inserido em uma coxinha feita por mãos que sabem o que fazem.

Sábio é o tempo que levou Zefa antes desta aberração das coxinhas “Made In Taiwan” e a poupou de tal sacrilégio. Mas para mim, resta o dia em que irei acompanhar meus pequenos à um McDonald’s e lá chegando, estarei diante de um pastel de palmito arredondado dentro de uma caixa de papelão reciclado e um copo de caldo de cana com tampa plástica. Aí, será não só o fim de um dos maiores pecados que cometo, mas também a certeza que a China é dona do mundo.

Por amor, não salve as baleias, salve as coxinhas!

Wallpapers Timor Leste

Timor LesteAtendendo a pedidos, resolvi disponibilizar algumas de minhas fotos do Timor Leste em formato de papéis de parede (wallpapers) que podem ser usados em computadores Linux, Mac ou Windows e resolução de até 1280 pixels.

Esta série trás dez imagens com os temas do céu e do mar ao redor da capital timorense, Dili.

As imagens estão licenciadas sob Creative Commons SharedAlike, que permite a distribuição, redistribuição, cópia e trabalhos derivados com as mesmas, sem aferição de lucro. Para maiores informações sobre a licença, clique aqui.

O pacote contendo as dez imagens pode ser obtido clicando-se aqui. Para usá-las, descompacte o arquivo em um diretório/pasta de seu computador e configure seu desktop para a utilização das imagens deste local como papel de parede.

Enjoy!

Mais brazucas no Timor

Atenção! Se você é professor e quer passar um tempo dando uma força para a educação no Timor Leste, não perca a data. Estão abertas até o dia 1 de Junho as inscrições para o Programa de Qualificação de Docente e Ensino de Língua Portuguesa no Timor-Leste.

Este programa faz parte da Cooperação Internacional da Capes que frequentemente envia para o Timor Leste professores brasileiros para o ensino em várias áreas do conhecimento.

Então, se o ensino está no sangue e você adora desafios, não perca a chance. Inscreva-se no programa e quem sabe não virá tomar um “sumo de ananas” aqui em Dili e mostrar para alguns teimosos e ignorantes que também falamos português (e como falamos).

Matemática

Miguel, Bolaños, grande amigo meu de Costa Rica, me manda estas pérolas da matemática moderna e do resultado do aprendizado dos futuros engenheiros. Divirta-se!

Expandindo uma expressão

Expandindo uma expressão

Encontrando o valor de X

Encontrando o valor de X

Quando o infinito é finito...

Quando o infinito é finito...

O valor da raíz é...

O valor da raíz é...

O seno de um valor

O seno de um valor - A campeã

Não sei

Dizem que a autoria do texto abaixo é de Antônio Ermírio de Moraes. Com certeza pode ter sido o mesmo que escreveu pois exprime realmente a visão deste empresário brasileiro que, ao contrário dos pseudos-sabichões do marketing e “coaching” atuais, mantém um verdadeiro império digno de Roma.

Claro que não vanglorio a isso. Acho até que ele poderia ser um pouco mais benevolente e partilhar sua fortuna de melhor forma mas com certeza o que ele diz vai contra o que a maioria prega. Ai fica ao seu critério saber se é o “vendedor de sonhos” que escreve livro apoiado na mídia ou ele que está certo.

Não Sei – Antônio E. Moraes
Se você ainda não sabe qual é a sua verdadeira vocação, imagine a seguinte cena:

Você está olhando pela janela, não há nada de especial no céu, somente algumas nuvens aqui e ali. Aí chega alguém que também não tem nada para fazer e pergunta:

– Será que vai chover hoje?

– Se você responder “com certeza”… A sua área é Vendas: O pessoal de Vendas é o único que sempre tem certeza de tudo.
– Se a resposta for “sei lá, estou pensando em outra coisa”… Então a sua area é Marketing: O pessoal de Marketing está sempre pensando no que os outros não estão pensando.
– Se você responder “sim, há uma boa probabilidade”… Você é da área de Engenharia: O pessoal da Engenharia está sempre disposto a transformar o universo em números.
– Se a resposta for “depende”… Você nasceu para Recursos Humanos: Uma área em que qualquer fato sempre estará na dependência de outros fatos.
– Se você responder “ah, a meteorologia diz que não”… Você é da área de Contabilidade: O pessoal da Contabilidade sempre confia mais nos dados no que nos próprios olhos.
– Se a resposta for “sei lá, mas por via das dúvidas eu trouxe um guarda-chuva”: Então seu lugar é na área Financeira que deve estar sempre bem preparada para qualquer virada de tempo.
– Agora, se você responder “não sei”… Há uma boa chance que você tenha uma carreira de sucesso e acabe chegando a diretoria da empresa.

De cada 100 pessoas, só uma tem a coragem de responder “não sei” quando não sabe. Os outros 99 sempre acham que precisam ter uma resposta pronta, seja ela qual for, para qualquer situação.

“Não sei” é sempre uma resposta que economiza o tempo de todo mundo, e pré-dispõe os envolvidos a conseguir dados mais concretos antes de tomar uma decisão. Parece simples, mas responder “não sei” é uma das coisas mais difíceis de se aprender na vida corporativa.

Por quê? Eu sinceramente “não sei”.

Sexo seguro

Assim não quero não. Deve dar uma dor nas costas…

Sexo seguro

Utopia

E foram eleições presidenciais no Timor Leste. Nas urnas a esperança de mudanças, de um futuro melhor, mais digno, menos sofrido e, principalmente, mais igualitário. Utopia? Não, somente um sonho bom que pode ser realizado se todos quiserem e aqueles que foram escolhidos para representar o povo timorense tomem pulso e façam realmente o que precisa ser feito.

Estranho foi que, dia 9 passado, em um giro rápido por Dili, pude sentir novamente o que senti há 21 anos atrás quando em meu país foram retomadas as eleições diretas para presidente e que sonhávamos soltar os grilhões dos militares para ser uma nação democrática. Muito fizemos desde então; muitos erros (e quantos!) mas também muitos acertos os quais, de uma forma ou de outra está nos levando para uma situação menos pior do que aquela vivida durante mais de 450 anos. Via o povo caminhando nas ruas indo para os postos de votação com a esperança estampada no rosto e a carteira de voto na mão. Filas para exercer o direito fundamental de qualquer democracia e que fazem qualquer país, sejam pequenos ou grandes, um país para seus filhos realmente.

Tal como nós, não mudamos uma realidade de um dia para outro. Muitas vezes décadas são necessárias para aprendermos a força que um voto pode ter e quanto pode-se mudar com ele. Erramos e acertamos, claro. Errar e acertar é inerente ao ser humano de todas as formas. O que precisamos é sempre aprender com os erros e não repetí-los. Simples assim.

Para este povo, uma canção que muito ouvíamos em nosso período negro da história e que expressa não somente o que queríamos, mas o que até hoje buscamos.

Coração Civil
Milton Nascimento & Fernando Brant

Quero a utopia, quero tudo e mais
Quero a felicidade dos olhos de um pai
Quero a alegria, muita gente feliz
Quero que a justiça reine em meu país

Quero a liberdade, quero o vinho e o pão
Quero ser amizade, quero amor, prazer
Quero nossa cidade sempre ensolarada
Os meninos e o povo no poder, eu quero ver

São José da Costa Rica, coração civil
Me inspire no meu sonho de amor, Brasil
Se o poeta é o que sonha, o que vai ser real
Vou sonhar coisas boas que o homem faz
E esperar pelos frutos no quintal

Sem polícia, nem a milícia, nem feitiço, cadê poder?
Viva a preguiça, viva a malícia que só a gente é que sabe ter
Assim dizendo a minha utopia eu vou levando a vida
Eu vou viver bem melhor
Doido pra ver o meu sonho teimoso um dia
Se realizar

[audio:http://www.michelazzo.info/f/2007/05/coracao_civil.mp3|titles=Milton Nascimento – Coração Civil]