Não é de hoje que desisti de assistir os canais abertos de TV. A quantidade de lixo jogado pelas frequências é tão grande que fico imaginando se pudéssemos pesar, teríamos balança para tal. Desde reportagens sem nenhum cunho científico ou técnico até aquelas mais sensacionalistas criadas somente para “vender” o escracho de outrem, é uma verdadeira babel de inutilidades. Claro, as TV’s passam isso porque existe audiência e isso que me deixa mais chateado. Como pode uma pessoa perder horas de sua vida dando audiência para débeis mentais que banalizam tudo o que tem de ruim na sociedade? Vai entender.
E não é de hoje que a grande mídia impressa segue o mesmo caminho. E pior. Além de virar papel de enrolar peixe, os grandes veículos contratam jornalistas da pior estirpe que levam matérias estúpidas aos seus leitores e comumente, recheadas de erros ortográficos, de concordância e outros. Eu posso me dar ao luxo de errar no português em meu blog. Não estudei para ser jornalista, para ser professor e tampouco para ser qualquer coisa ligada a escrita. Aqui posso escrever da forma que quiser mas assim mesmo procuro manter o mais correto possível para não ser elevado ao mesmo nível destes pasquins.
Sou radical? Que nada. Olhe esta manchete da Folha de São Paulo de hoje:
Como é que é? Sumiram com um município inteiro? Caiu uma bomba?
Não, simplesmente o jornalista colocou no mesmo título o problema das enchentes em Minas Gerais com a morte de uma pessoa em Belo Horizonte. Interessante não é?
Por estas e outras também deixei de ler jornal, seja impresso, seja na Internet. Leio esporadicamente alguma coisa relacionada a economia mas é comum ficar sabendo das coisas que acontecem no Brasil com a leitura da BBC News e da CNN. Ridículo não é? Ler um jornal estrangeiro para ter informações nacionais. Mas isso tem uma vantagem. Eles filtram e só mostram aquilo que realmente é notícia, afinal precisam mostrar notícias (desgraçadas ou não) de todo o mundo. Sou radical? Que nada, somente estou mantendo minhas faculdades mentais em dia.
Volta e meia alguns se rebelam contra os absurdos que acontecem em Brasília. Numa sessão do senado já no apagar das luzes de 2010, Dom Manuel Edmilson da Cruz, bispo da diocese de Limoeiro do Norte, Ceará, enfiou sem vaselina dois dedos no rabo dos congressistas brasileiros. Convidado para receber a comenda de Direitos Humanos Dom Helder Câmara, ele fez um discurso sereno e verdadeiro, mostrando para os senadores presentes o quão vergonhoso são quando aprovam um aumento de salário maior que 60% enquanto o povão tem reajustes de 3, 4, 5%.
É ver para crer que ainda existem pessoas com bom senso neste país mas que definitivamente não estão na política.
Desde o último pleito nacional ando pensando sobre o assunto e decidi: não voto mais. Desculpem-me os que ainda acreditam e os que nutrem a esperança de ver algo diferente. Eu não mais acredito que será a classe política que irá mudar nosso país, mas sim nosso povo e que não será pelo voto. Por quê da decisão? Explico.
Venho de família de comunistas de carteirinha. Comuna mesmo. Tenho até uma foto de meu pai com Luis Carlos Prestes pendurada no quadro da sala. Desde pequeno sempre acreditei naquela ladainha do “povo unido, jamais será vencido”, torci e trabalhei com todas as forças para ver lá no topo a esquerda. Mas… quanta frustração. Chegou este dia e nada mudou. Aqueles que surravam a escória da sociedade representada por Sarney, Calheiros, Collor de Mello, Maluf e os demais (que já deve conhecer), agora andavam de mão dadas, afagos e tapinhas nas costas, só faltando fazer boquete. Então, o que restou? Uma frustração enorme, uma tristeza sem fim em ver toda a energia e esperança depositada em alguns para… nada.
Parece que o Brasil é especialista em criar frustrações. Veja a Fórmula 1. Depois da morte de Ayrton Senna, que graça teve? Assistir uma corrida onde sempre era o mesmo que vencia (o alemão voador) e ver um funcionário da F1 desfilando sua pulseria Power Balance para todos dizendo sempre que “no ano que vem será melhor”. O mesmo com nossa tão famosa seleção de futebol. Temida por muitos, virou um saco de pancada com os mesmos Cafu’s, Roberto Carlos e Dunga’s da vida. E quando se renova é mais do mesmo.
Obviamente que esta decisão acarreta alguns problemas e especialmente para mim, um grande. Sem a votação obrigatória ainda existente neste país (criada para poder sustentar esta mesma corja que está no planalto central há décadas), não posso tirar meu passaporte, documento imprescindível para uma pessoa como eu que faço das companhias aéreas, sofá de casa. Mas eis que confirmei minhas suspeitas: mesmo não votando e não justificando nas duas últimas eleições (isso mesmo, eu NÃO votei no Tiririca), resolvi o problema com míseros três reais e cinquenta e um centavos; valor da multa eleitoral paga por minha intransigência cívica. Colocando na ponta do lápis, não vale a pena sair de casa para votar pois a perda de tempo e o custo, além de manter a mesma coisa de sempre, é mais caro que a multa a ser paga para regularizar a situação.
O valor da multa eleitoral
Alguns vão dizer que assim não exerço minha cidadania. Sim, exerço pois a decisão de ir ou não escolher quem vai me representar deveria ser minha e não uma obrigatoriedade que já acaba logo na entrada com esta tal cidadania. Depois, a reciclagem que acontece é devido a morte que tenta dar uma maozinha (mas também não faz milagre). Morre um ACM e vem o neto ocupar seu lugar. Sarney “foge” para o Amapá mas deixa seu clã a postos no Maranhão. E o que dizer de Collor; depois de uma “saída estratégica para a direita”, retorna as bancadas do senado para legislar sobre todos.
“Mas tem quem preste”. Sim, tem. Até o momento que chega lá. Depois, o sistema e a corrupção é tão forte e tão onipresente que aquele “que presta” se suja de lama até o último fio de cabelo ou simplesmente nada faz porque a máquina emperra. Cansei de ver durante mais de 20 anos gente boa se elegendo, se corrompendo ou se perdendo nas engrenagens da política brasileira. Na verdade, não na política, mas sim na politicagem.
MIlton Nascimento exprime em sua magnífica música Travessia todo este sentimento: “já não sonho, hoje faço, com meu braço o meu viver”. Acredito sim que vamos mudar em algum momento deste século quando deixaremos de ser os boçais que engolem as manobras de Maluf para se sustentar em cargos, os roubos sistemáticos aos cofres públicos, as maracutaias de dinheiro nas meias, cuecas, orifícios rugosos e onde mais puderem enfiá-lo. E que me desculpe Teotônio Vilela e tudo aquilo que fez pelo país, mas menestrel que fala a língua do povo não mais existem nesta terra. Resta simplesmente esperar que as leis da seleção natural façam sua parte. Enquanto isso, vou deixando de votar para não ter que escolher entre Tiririca, Romário ou Vagner Montes para me representar pois, nem mesmo no mais alto grau de insanidade, tipos como estes poderiam ser minha voz, onde quer que seja.
Que gosto de escrever é fato. Acho que vem de berço mesmo acreditando que este tipo de coisa não é hereditária. Entretanto, vez ou outra me ponho em dúvida sobre esta certeza do DNA, como quando acontecem coisas assim:
Fazendo uma varredura na web atrás de algumas informações sobre minha família, encontrei num website um documento de 1966 escaneado e que, pelo visto, é uma ata de reunião da prefeitura da cidade de Austin, no Texas que contava com a presença (e presidência da reunião) do prefeito e diversas autoridades municipais; algo como aqueles conselhos que volta e meia vemos em filmes da década de 60 onde determinado assunto era discutido pela sociedade.
Num primeiro momento não entendi muito o que tinha a ver aquilo com nossa família até fazer uma busca dentro do mesmo e encontrar o nome de meu pai no documento. Era um pedido de informações sobre a cidade para uma enciclopédia para jovens que estava editando no Brasil.
No documento consta a leitura da carta pelo prefeito e o questionamento do mesmo à bibliotecária da cidade para fornecer as informações que fossem possíveis, bem como o mesmo pedido para a câmara do comércio da cidade.
Não sei se ele chegou a receber estes documentos da prefeitura da cidade e tampouco se a dita enciclopédia foi editada, mas é interessante ver até onde os braços da Internet podem ir nos dias de hoje: documentos históricos que nunca poderia imaginar existirem ao alcance de dois cliques e uma busca. Diante disso fico pensando quando tivermos muito mais do que temos hoje em formato digital disponível na web, o que poderemos encontrar?
Nem bem acabou a maratona de 2010, já começo 2011 dentro de aviões. Logo de cara e justo num momento interessante da aviação brasileira, começam as atividades na ponte Floripa x São Paulo.
Já disse que não tenho traumas com aeroportos (exceto o de Darwin na Austrália que não se tem absolutamente nada para fazer) mas confesso que Congonhas dá arrepios. Primeiro pela maravilhosa pista que fica no meio da cidade e que os aviões passam a algumas dezenas de metros de caixas d’água de prédios para alcançá-la. Segundo pelo mar de gente que é o aeroporto e terceiro por causa do magnífico trânsito nas imediações. Junta-se tudo isso em um dia de chuva na capital da fumaça e pronto, está feito o inferno na terra que somente um paulistano consegue ter brios para dominar a ira que se apodera do corpo nestes momentos.
O problema não é viajar. Já dizia amigo meu que “quem não viaja, ou tem joanete ou bigato na cabeça” Concordo em todos os sentidos mas ao mesmo tempo quando vejo a falta de infraestrutura apresentada em nosso país, principalmente no sistema aeroportuário, a bola de ferro amarrada no pé fica mais pesada e não dá vontade de sair de casa. Mas fazer o quê? Somente rezar para que o piloto não esteja em seu “dia de fúria” e resolva dar cabo da vida dele e de outros juntos. No mais, disseram que este seria o país do futuro. Ou erraram na data ou de país.
Pensa que é só o ser humano que tem pesadelos ou que rola na cama? Que nada! A sequência a seguir mostra como entrar embaixo de um móvel para dormir… se abrir os olhos ;)
Acompanhe a sequência passo a passo aqui. Leia Mais
O ano passado (sim, ontem) viajei bastante. Coloquei mais dois países na lista dos que ainda não conhecia, fui para estados que não tinha passado ainda (mas o Acre… continua não existindo) e fiz uma maratona de palestras deste e do outro lado do Atlântico.
Confesso que gosto. Claro que não gosto do caos aéreo dos aeroportos brasileiros ou ainda do mau serviço prestado por algumas empresas, sejam hotéis, locadoras de veículos, companhias aéreas, restaurantes e etc. Isso tudo se pudesse esquecer, faria. Mas como não é possível e faz parte indissolúvel de uma viagem, aprende-se a conviver com os contratempos. O que gosto mesmo é da oportunidade de conhecer novos lugares, novas pessoas, novas culturas, novos sabores e novas cores. Isso, com certeza, não tem o que pague e tampouco um Google Earth é capaz de chegar perto para mostrar.
Então, o que vi de interessante, diferente, impressionante ou repulsivo por ai? Vamos ver: Leia Mais