Estou para escrever sobre um livro que li há algum tempo mas que tinha me esquecido. Terminando de ler outro livro hoje no e-reader (sobre o qual vou escrever outro dia) e procurando algum outro para começar, me deparei com este e lembrei-me que ainda não o tinha comentado. Também pudera, mataram Santo Cristo, de novo.
Se você é fã do Renato Russo e sua Legião Urbana, lhe dou um conselho: nunca leia este livro e NUNCA compre este livro. Você certamente irá xingar o autor, rasgar o livro e mais que isso, chorar porque gastou dinheiro comprando-o e acreditando que seria mais um item para sua coleção da Legião. Amigo, tenha certeza, o livro é uma Bosta com “b” maiúsculo e negrito!
Faroeste Caboclo, o Livro que seria para narrar a saga do João de Santo Cristo imortalizado na música/história manjada até por quem nasceu já no século XXI, tornou-se uma mancha nos anais da história musical. Com uma narrativa pobre e comparável a redação de aluno de oitava série, o livro tenta trilhar os passos de Santo Cristo rumo ao seu calvário, criando um mundo tão nonsense que é impossível não ficar pasmo com ele. Pior, abusa acintosamente de relações com outras letras de músicas da Legião para tentar enrolar o leitor e desviá-lo da pobreza do texto. Não dá.
Para entender um pouco como anda a carruagem: numa de suas passagens, João está com Zé Luiz, seu amigo do peito e com Sandrinha, uma patricinha metida a esperta e malandra (igual a maior parte das patricinhas atuais) fumando maconha numa casa abandonada. Depois de todos deram um tapa na peteca, Zé Luis pergunta para João:
– João, gritou Zé Luiz. – Oi!
– Não me escutou?
– Tenho andando distraído…
– Como você está?
– Ainda estou confuso… só que agora é diferente. Estou tão tranquilo e tão contente.
Dá para acreditar numa coisa destas?
Este tipo de narrativa/texto/história é o que vai encontrar ao longo do livro e que certamente fará você pensar “puta merda, porque eu comprei isso”?
A canção é complicada e até mesmo Renato Russo numa entrevista para o Leoni (lembra do cara né?) confirma que existem diversos buracos na narrativa que fazem ela ser mais sem pé nem cabeça ainda. Então, fazer um livro com ela seria algo tão complicado que a probabilidade de ser uma porcaria era enorme. Foi.
Normalmente não falo mal das obras que leio ou músicas/artistas que escuto mas este, me desculpe o autor, não dava para ficar calado. O golpe foi tão duro que apaguei do meu e-reader e do computador.