A mais nova aquisição para a parede Cygnus que está crescendo. Desta vez, um par de Cygnus Heavy 140 praticamente novas para compor o conjunto das antigas que vai para o escritório.

Desde que me conheço por gente, gosto de música. Aprendi a gostar de música clássica com meus pais e depois, com a vida, outros gêneros como Jazz, MPB, Rock, Funk, Rap e até mesmo algum sertanejo raiz (não as merdas de hoje em dia).

O Brasil foi carente por muito tempo de bons sistemas de som. Excluindo Gradiente, Polyvox e os raros importados Marantz, Pionner e Yamaha, nada tínhamos na década de 80. Em 1972 surgiu uma empresa na Argentina que em 1976 veio para o Brasil prometendo qualidade de som profissional dentro de casa.

No começo da década de 80 começa então a aparecer no mercado brasileiro os equipamentos da Cygnus que iam desde tuners até amplificadores, passando por equalizadores, processadores de sinal, crossovers e etc, que podiam ser divididos em duas categorias: residencial e profissional.

A categoria residencial era conhecida como Série 400, enquanto a profissional era a Série 800, sendo a diferença principal as abas laterais para fixação em rack (série 800) e altura dos equipamentos onde a série 400 tinha 1U de altura e a 800, no mínimo 2U.

Como sempre, era garoto e não tinha condições financeiras de ter algo do tipo, entretanto sempre observava nas boates que ia os equipamentos funcionando, principalmente os amplificadores PA-1800 com seus VU’s vermelhos pulando. Consequentemente, nasce o desejo de ter o conjunto.

Meu sistema Cygnus

De um catálogo da Cygnus veio a ideia: porque não montar um sistema desses para tocar as “velharias” que escutava quando adolescente… em velharia?

Então comecei a aventura de encontrar os componentes do rack. Um processo arqueológico pois a maioria dos equipamentos remanescentes estão em estado tão lastimável de conservação que não vale a pena restaurar e sua grande maioria nem mesmo os manuais é possível encontrar. Tive sorte com alguns mas faltam principalmente os “mosca-branca”, como o controle remoto (se tiver um à venda, entre em contato).

Este rack vai para a sala de TV, local onde posso fechar a porta, colocar o AC/DC na Technics SL-1210 MK2 e sentar o pau. Mas preciso de outro para o escritório e dessa vez, ao contrário de começar pelos equipamentos, comecei pelas caixas.

Cygnus Heavy 140 – a caçula da turma

Na época dessa série, a Cygnus tinha uma linha de caixas interessantes chamada “heavy”. Nada comparado com JBL, Lando, Yamaha ou ATC mas davam conta do recado. A irmã mais velha, Heavy 320 são as que compoem o rack original, equanto as Heavy 120/140, as irmãs caçulas que combinavam com sistemas mais simples.

A qualidade é a mesma. Nem topo de linha, nem fundo do poço. Algumas melhorias podem ser feitas, mas para um sistema com 40 anos de vida, está além do esperado.

As minhas foram um bom achado. Encontrei no Facebook um vendedor de Campinas/SP com um par em muito bom estado, precisando somente de pequenas restaurações em detalhes para ficarem como novas. Os falantes originais continuam tocando muito bem e até mesmo as telas estão ótimas, mesmo não usando-as pois tira a beleza do conjunto depois da restauração.