A boa da semana foi a condenação da Furacão 2000 pela justiça do RS. Mais que o valor de quinhentos mil reais, o juíz deu uma lição na vagabundagem e também nos imbecis que adoram os vagabundos. Sim, chamo de vagabundo porque o cara que usa o “tapa” dado na filha de 3 anos como inspiração para fazer uma música, só pode ser um vagabundo (que inclusive deveria agora ser processado por bater em uma criança). Claro que a equipe e todos os envolvidos no “megasucesso” vão recorrer da decisão por entenderem que “um tapinha não dói”, mas penso que se ainda existe um pouco de coerência e hombridade neste país, vão perder no supremo e ter que amargar o prejuízo, quer queiram, quer não.
Entretanto as declarações do MC Naldinho são interessantes e fazem qualquer um pensar no sistema judiciário brasileiro. Como contra-argumento da decisão do juíz, ele diz que sua música foi gravada até mesmo pela Xuxa (grande m****) e que também outras que deveriam estar sendo julgadas e enfiadas no mesmo balaio, como “boquinha na garrafa” (se bem que prostituição no país não é crime e qualquer puta pode enfiar o que quiser no seu corpo), “eu dei” (e eu quero saber disso?) e a mais atual, “quero que o mundo acabe em b*****” Estas certamente deveriam fazer parte de processos não com o intuito de censurar a expressão, mas sim de coibir que nossa sociedade, mesmo podre do jeito que está, não se afundar cada vez mais.
Mas infelizmente creio que isso não irá acontecer principalmente em época de eleição inclusive para a Furacão 2000 ou os produtores do hit, afinal não podemos desagradar aqueles que direta ou indiretamente financiam campanhas e colocam deputados e vereadores nas câmaras de todo o país. Seria uma lástima para os dignos representantes do povo brasileiro que senta na garrafa esperando que o mundo acabe em…
Hoje, dia 5, o pau come no TSE. Entra em votação uma questão que para uns está mais que resolvida e, para outros é um verdadeiro terror. Estou falando das pesquisas com células-tronco embrionárias, ou seja, o uso de células humanas congeladas para pesquisas contra doenças e males que afligem milhares de pessoas como diabéticos, paraplégicos e outros. O assunto é tão importante que a presidente do tribunal reservou a tarde toda desta quarta-feira para o assunto que promete esquentar Brasília e o país.
Claro que os religiosos de plantão estão fazendo aquele lobby contra este que é considerado um “pecado capital”, mas pelas sondagens a matéria passa com folga no plenário. Melhor para aqueles que realmente precisam. Minha opinião? Totalmente a favor deste tipo de pesquisa. Não é porque estamos estudando este tipo de área que vamos virar deuses, pelo contrário, só queremos (aqueles que são a favor) permitir que o conhecimento humano possa andar mais um passo e principalmente que auxilie os necessitados.
Mas, pensando bem, brincar de Deus seria uma coisa muito bacana. Pelo menos poderíamos matar no ninho coisas como Bush. Já pensou que legal?
PS: Se você é contra ou abomina a idéia, antes de postar qualquer comentário com base em religião ou blábláblás de Deus, me arrume antes uma boa desculpa para explicar as matanças realizadas em nome de “deus” em dezenas de países do mundo. Aí a gente conversa…
Fiz na viagem à Indochina um stopover em Cingapura, pequena cidade/país enfiada numa ilhota ao lado da Malásia. Esta parada foi somente para comprovar (e comprovei) que Cingapura é um grande shopping-center dividido em alas de acordo com os interesses de seus moradores/visitantes. Se você deseja algo da Índia, vai para Little India (onde ficam também os “corredores” de eletrônicos que Ciudad Del Este se envergonharia). Se deseja qualquer bugiganga escrita em mandarim o destino é Chinatown. Já as marcas famosas (todas elas) estão lá em Ochard Road, algo como a Rodeo Drive americana ou ainda a Champs Elysieé parisiense. Um luxo!
Cingapura é um país interessante por esta questão do consumismo e também por suas regras extremamente rígidas. Não é permitida a entrada no país com antenas parabólicas de quaisquer tipo, certos jornais e até mesmo, pasmem, chicletes! Em todas as praças, ruas e caminhos você encontra placas dizendo que não pode isso ou aquilo e junto dos sinais (para que qualquer analfabeto possa entender) lá está o valor da multa que, na maioria das vezes é extremamente pesada.
Claro que este tipo de governo “mão de ferro” tem seus prós e contras. Não se vê mendingos nas ruas e tampouco papel no chão (chega a ser vergonhoso jogar algo na rua). Os semáforos, todos organizados, são respeitados tanto pelos pedestres que esperam sua vez nas calçadas como pelos carros que não avançam ou atravessam. Toco de cigarro? Raríssimos são os encontrados. Da mesma forma revistas pornográficas ou propagandas apelativas de qualquer tipo de produto. Um verdadeiro oásis no meio do deserto de baderna que é o sudeste asiático. De outro lado, claro, a sensação de que qualquer deslize pode levá-lo a passar uma temporada na prisão (o que não deve ser ruim em Cingapura).
Neste cenário tentei traçar um paralelo com nossa terra brasilis e fiquei triste ao ponto de pensar em suicídio, o qual não levei adiante com medo da multa que minha atitude poderia acarretar (fiquei com medo da multa pós-morte). Por mais que tentasse não conseguia uma mínima linha lado a lado com Cingapura. Mas será que a questão é o governo mão de ferro, ao contrário do governo de fantoche que estamos tendo há décadas em nosso país? Ou seria o tamanho do país? Quem sabe por ser uma ilha? Ou por eles terem olhos puxados?
A resposta veio em uma das caminhadas que fiz pela cidade quando me deparo com o prédio da Biblioteca Nacional. Neste momento compreendi a verdadeira diferença entre o Brasil e Cingapura. Enquanto nós temos uma biblioteca esquecida pelo governo, agonizante e vivendo de migalhas, eles possuem um prédio de 15, isso mesmo QUINZE andares em um quarteirão que encerra mais de 8 milhões de obras de todos os tipos possíveis e imagináveis. Um verdadeiro panteão de conhecimento e que realmente é usado pela população como pude constatar in-loco.
Alguns vão advogar que nossa biblioteca ainda é maior (9 milhões de obras) ou que temos a maior da América Latina. Aí pergunto eu: “e daí?” Quem é que tem acesso ao conhecimento lá guardado? Quem é que sabe onde fica a Biblioteca Nacional de nosso país? E quem é que sabe para que ela serve? A diferença pode também ser observada nos slogans dos dois governos: excelência – serviço – integridade lá em Cingapura enquanto nós ficamos com o demagogo “um país para todos”. Só faltou mesmo colocar entre parênteses “os banqueiros”. Lamentável.
Não é de hoje que educação é o principal diferencial entre nações desenvolvidas e sub-desenvolvidas. Sem investimento nesta área nossos cérebros descem pelo ralo na tentativa de encontrar um pouco de água fresca em outros rios e para nós sobra o lodo do senado apinhado de mentirosos, traidores (das mulheres e da pátria) e ladrões, bem como um governo que chega ao limiar do “rouba mas faz”. Para fechar com chave de ouro, donos de faculdades de fundo de quintal que desfraldam a bandeira do “tudo por dinheiro“, independente da forma que este venha. O resultado é a cíclica retórica do pacote de biscoito “não sabe votar porque é burro ou é burro porque não sabe votar”?
Enquanto isso, lá no fim do mundo existe uma nação com cinquenta anos de independência, um crescimento de 8% ao ano, absurdos 1% de inflação anual, 3% de desempregados e uma renda per capita igual as quatro maiores potências mundiais. Será que a biblioteca infui nisso, ou não?
Se acha a coisa mais perfeita da face da Terra,
Acha que é insubstituível em seu trabalho,
Acredita piamente que é a última Coca-Cola do deserto,
E pensa que o mundo gira ao seu redor…
… por favor, LIMITE-SE a sua insignificância planetária
Nesta época de Código da Vinci nos cinemas e marcha por Jesus na Av. Paulista, alguns assuntos tomam proporções interessantes. De onde viemos, quem somos e para onde vamos é certamente a máxima mais procurada por ambas as vertentes que balizam o ser humano: a científica e a religiosa. De um lado, ampliamos a cada dia nossos conhecimentos sobre o que fomos e como poderemos ser. De outro, o inexplicável divino cresce a olhos vistos principalmente como um consolo para os problemas do dia-a-dia sendo tido como a salvação da alma.Quem está certo? Não importa (pelo menos a mim). O importante é o caminhar do conhecimento humano para a melhoria de nossas vidas em todos os sentidos. Conhecer o passado é certamente a forma mais coerente de como pode ser o futuro, sem visões, sem suposições, sem “achismos”.
Para isso, cientistas e pesquisadores nos quatro cantos do planeta dedicam suas vidas à responder estas perguntas e mais do que isso, procuram deixar um legado para que as gerações futuras compreendam melhor como chegamos até aqui. Palentólogos, geólogos e outros profissionais escavam nosso passado para que possamos compreender o futuro de uma forma mais clara.
Pensando nisso, dias atrás encontrei um website que, além da riqueza gráfica, possui um conteúdo soberbo sobre nossa história como seres humanos neste planeta. Baseado em pesquisas, estudos e principalmente muita perseverança, o Instituto das Origens Humanas (The Institute of Human Origins) apresenta um documentário que cobre deste a descoberta do mais antigo fóssil até os dias atuais. Suas técnicas, as formas de datação, as equipes e tudo mais que qualquer pessoa precisa ou deseja saber sobre nossos ancestrais. Simplesmente um conteúdo de valor inestimável.
Se você, como eu, tem interesse em compreender além daquilo que nos é dito e dado como fato diariamente, faça bom uso da Internet e conheça o site clicando aqui. Lá você será apresentado há três milhões e meio de anos de história do hoje conhecido homo sapiens. Vale cada minuto.