Tem coisa mais ordinária que uma pessoa que abusa de crianças, principalmente sexualmente? Duvido que tenha e para mim é tão ruim (ou pior) que genocídio. Para pessoas assim, execução sumária seria o mínimo aceitável.
Venho neste assunto porque recebi uma mensagem pedindo o auxílio de quem fosse para a captura de uma maçã podre. A polícia federal alemã (Bundeskriminalamt) conseguiu por meio de software retirar efeitos colocados em fotos postadas na Internet de um criminoso sexual e procurado pela Interpol. Uma técnica no mínimo interessante pois os efeitos distorcem totalmente a imagem, tornando-a irreconhecível.
Era meu nego, era irreconhecível. Depois dessa, só falta achar o safado que se fotografou abusando de crianças. E depois, preferencialmente, deixá-lo em algum presídio de São Paulo por uma semana. Vai virar uma verdadeira couve-flor.
Para ver o perfil do safado, a retirada dos efeitos das fotos e também o aviso de busca do cara, clique aqui. Se você já o viu, envie uma mensagem para a Interpol pelo formulário do site. Ajude a tirar mais este lixo da sociedade. As crianças agradecem.
02:08 da manhã de 13/09 (aqui já é 13). Ainda acordado verificando alguns sites para conseguir boas tarifas aéreas, sinto meu corpo mexer. Mas ao contrário de uma mexida de dança ou uma tremedeira, é algo denso, forte. Olho para os lados a fim de verificar se não estou doido e percebo que o abajur ao lado da mesa balança. Rapidamente viro a cabeça para a cadeira ao lado que também balança. Resultado: um terremoto.
Caramba! Pensei que ia passar em branco na minha estadia no anel de fogo do Pacífico. Que nada! Aconteceu! E interessante que parecem ser as placas se ajeitando pois há algumas horas atrás ocorreu outro perto de Jakarta com a intensidade de 7.9 na escala (depois revisto para 8.2), ou seja, um baita terremoto.
A sensação? Indiscritível. Mesmo sendo um tremor que somente quem estava acordado percebeu (tanto que meu roommate não saiu correndo da cama :-)). As mãos ainda tremem e a única coisa que me lembrei na hora foi do “T” verde, enorme que vi no estacionamento do aeroporto de Lima, no Peru. Lá estando em 2003, achei estranha aquela “coisa” no meio do nada e perguntei para um policial o que era. Simplesmente disse com a maior calma do mundo “se a terra começar a tremer, corra para lá”. Hoje entendi o que é o “corra para lá”.
Agora só espero poder dormir. Depois destes dez segundos, vai saber se não vem um dos bravos mesmo? E com o sono de pedra que tenho, é capaz de cair a casa e nem perceber.
Quando criança adorava um jogo de cartas chamado Super Trunfo. Eram cartas sobre os mais variados temas (carros, barcos, aviões, etc) onde os jogadores ficavam com um maço na mão e “disputavam” as cartas dos outros, desafiando com determinadas características da carta que estava na frente do maço. Era um jogo muito bacana, aprendia algumas coisas interessantes e principalmente, passava o tempo.
Há algum tempo encontrei na web um jogo semelheante chamado Golpe. Usando a mesma estrutura do Super Trunfo, um brasileiro de saco cheio com os políticos nacionais resolveu colocar em prática a idéia de fazer deles, cartas do jogo. Nada mais engraçado, interessante e claro, fundamental para que possamos conhecer as “figurinhas” que decidem (ou tentam) nosso futuro como nação.
Gostou? Pois você pode fazer o download do jogo na Internet gratuitamente clicando aqui. Na verdade são as folhas para serem impressas por você e que depois precisam ser recortadas. Pouco trabalho, nenhum custo, muita diversão.
Muita gente gosta de minhas fotos. E eu também. Até dizem que deveria deixar de fazer software para virar fotógrafo. Não, definitivamente pelo menos por agora não é minha aspiração. Gosto de fotografar pelo prazer e não pela grana.
Mas claro que ser reconhecido pelo seu trabalho, seja ele qual for, é sempre bom. Então resolvi participar do American Photo Emerging Project, uma “busca” da revista American Photo em conjunto com a Apple atrás de novos e emergentes fotógrafos que possam estar escondidos em algum lugar do mundo. Para isso, enviei dez imagens já trabalhadas a fim de testar se tenho algum dom para esta área. Quem sabe não gostam e acabo virando fotógrafo de um jornal mundial ou ainda da National Geographic? A disputa certamente é difícil mas não custa tentar :-D
Ah, e se você também quer participar, acesse o site do projeto clicando aqui e veja as regras. Mas corra, o prazo para a submissão dos trabalhos vai até dia 30 deste mês.
Os úlimos tempos andam complicados e ando fazendo coisas, digamos, estranhas. Nada que me condene e tampouco que me acabem com a imagem, mas devido a tensão que paira no ar pelos problemas de instabilidade política, a maldita “rádio pião” que teima em fanfarrear em tudo que é blog, lista e site as mais esdrúxulas notícias sobre o país e também o celular que vive quente pela sistemática recepção de mensagens da área de segurança da ONU para todo o staff ficar avoid the area, ando usando técnicas interessantes para tentar desligar um pouco a cabeça.
Uma delas é a caminhada diária ao final do dia. Caminho quase quatro quilômetros que fazem bem as minhas pernas e também para a tensão do dia-a-dia. Como caminho na orla perto da estátua do Cristo (que ainda não entendo porque está de braços abertos para a Indonésia e não para o Timor), posso ver o sol se pondo atrás de Ataúro numa apresentação maravilhosa de beleza. Cada dia um pôr-do-sol diferente, cada dia um deslumbre novo. Isso me dá prazer e efetivamente faz com que deixe por uma hora os pensamentos da água do caldeirão fervente bem longe.
Já a outra é mais cerebral. No final do dia, antes de me deitar e depois de ter escrito pelo menos umas quatro páginas do livro que está saindo em breve (além dos posts aqui no blog e no meu outro site), dou uma passada na Desciclopédia. Um site de humor no melhor estilo Wikipédia mas que, obviamente, contém todo o tipo de piada de bom e mau gosto sobre todos os assuntos possíveis e imagináveis, além de um verdadeiro rosário com o que há de melhor e pior em palavras de baixo calão.
Algumas páginas são uma bostinha (como os próprios editores confirmam), mas outras são verdadeiras pérolas da criatividade humana. Dentre elas inclusive existem aquelas que vejo regularmente, seja para verificar a existência de novo conteúdo ou ainda para dar risada da mesma coisa. Na lista das melhores estão: Emo’s (existem seres assim?), Galvão Bueno, Brasil, o narrador da Sessão da Tarde e claro, Chuck Norris.
Pode não ser o alívio que tanto desejo e tanto preciso (mas que está pertinho de chegar). Mas, pelo menos, de tédio e amargura não morro e espanto até mesmo os sonhos como o da última noite em que estava no meio de uma guerra civil em Dili, com pessoas armadas de um lado e chumbo internacional do grosso de outro.
Enfim, já que terminei o post, deixe-me ir para a Desciclopédia dar umas risadas pois o tempo urge e a cama chama. Boa noite!
Não vou entrar na retórica do quanto é bom ganhar da Argentina, seja no futebol, no vôlei, na bolinha de gude e até mesmo no fliperama. Sempre, sempre é bom, até mesmo de meio gol, tá valendo.
Nesta segunda-feira, domingo no Brasil, tive o prazer de assistir a seleção brasileira mostrar um futebol até interessante e devolver “los hermanos” com um segundo lugar lá para as terras do Prata. Esta façanha aconteceu graças a um canal indonésio chamado RCTI que transmitiu ao vivo este e a maior parte dos jogos da Copa América, principalmente os brasileiros. Claro que os flashes de intervalo com as peitudas vestindo sumárias blusinhas foram incansavelmente repetidos para o delírio dos marmanjos e tristeza das mocinhas, afinal, fartura aqui só de vulcão.
Mas o melhor não está no fato da seleção ganhar, haja visto que nos últimos três confrontos internacionais, ganhamos todos. Também não está tanto no fato que quase enfartei logo as seis da manhã quando, ainda dormindo, meu roommate berra na sala com aquela pintura de Júlio Baptista no ângulo adversário. O melhor mesmo foi assistir noventa minutos de futebol sem o imbecil do Galvão Mala Bueno. Gente, vocês não fazem idéia de quanto é bom isso!
O jogo foi transmitido com narração em inglês por um cara que duvido não falar alguma língua latina pois sua pronúncia dos nomes dos jogadores, coisa que sempre pega para qualquer profissional da área, era quase perfeita. Além disso, comerciais com aquele narrador global que não morre nunca e as chamadas do gordo mais imbecil do planeta ficaram há mais de 23 mil quilômetros daqui quando, no chegar da manhã em Dili, pude pela primeira vez assistir futebol e não um poço de asneiras que nem mesmo o célebre Sílvio Luiz era capaz de fazer (e olha que ele era dose).
E pelo visto não fui somente eu que assisti. Obviamente que fui obrigado a tirar minha camisa canarinho do armário e desfilar com ela nos corredores da UN e Ministério nesta segunda-feira onde surpreendentemente, ouvi dezenas de pessoas (isso mesmo, dezenas) me dando os parabéns e até mesmo pronunciando “Brasil” de uma forma meio inteligível e com sotaque de algum país do sudeste asiático. Eita orgulho viu! Acho que vou comprar o jogo completo de camisas :-)
Finalmente, não esqueça, tem coisas que nem a Mastercard faz por você, só a RCTI em sumir com o Galvão.
Tomei ciência da criação de uma cartilha para brasileiros que pretendem viver ou vivem no exterior e também para aqueles que estão voltando para casa. A mesma é um trabalho conjunto de vários ministérios de nosso país e trás de forma simples e objetiva, as respostas para a grande maioria das perguntas relacionadas com migração.
Tomei um tempo para ler suas vinte e seis páginas e o conteúdo está muito bom. Informações sobre questões relacionadas à educação, saúde, trabalho, vistos e outras são abordadas inteligentemente neste documento. Nele inclusive, obtive algumas informações que não conhecia sobre alguns temas relacionados a “morar fora”.
Se você está pensando em “pular do barco”, dê antes uma lida nesta cartilha que pode ser encontrada dentro do site do Ministério do Trabalho e Emprego, clicando-se aqui. Ela pode persuadir você a mudar de idéia e mostrar que a realidade (que vivo contando nestas páginas) não é tão colorida como aparenta.
Agora se você está longe do churrasco e caipirinha, também dê uma olhada. Existem informações muito interessantes sobre a vida aqui fora.
Na maior cidade do país e uma das maiores do mundo, São Paulo ainda trás entre arranha-céus e Ferraris cenas inusitadas como esta. Nos confins da cidade, lá em Parelheiros na Zona Sul ainda existem… selarias! Isso mesmo, aquelas lojinhas que vendem e consertam selas, arreios e todos os apetrechos para cavalos.
Confesso que não esperava tal descoberta dentro da capital da fumaça. A última selaria que vi foi no sertão da Paraíba, lá pros lados de Patos onde este meio de transporte e de carga ainda é muito utilizado. Mas em SP? Só acredito porque a fonte da imagem é pessoa de total confiança minha e digna de todas as verdades, caso contrário, chamava truco, batia na mesa e mandava o ladrão correr!
Por falar nisso, não tem alguém ai para jogar um truco não? Faz tempo viu…
Gustavo é camarada dos bons. Pensa bastante, batalha bastante. Mas dia destes deslizou e disse que queria ser igual à mim, que só viajo, só passeio, só trabalho fora. Na verdade ele quis dizer que minha vida é muito boa, cheia de oportunidades e coisas assim. Mas, parafraseando uma empresa meia boca de software, get the facts (vamos aos fatos):
Minha vida é como ela é devido eu ser um cara muito burro. Daqueles tipo porta mesmo. Sou totalmente contrário ao status-quo da sociedade atual. Não gosto de baia no trabalho porque não sou cavalo. Não gosto de chamar chefe de “chefe” pois quem tem chefe é índio e tampouco gosto que digam para mim que a vida tem que ser feita de cereal, caminhadas e exames regulares ao médico. Então isso tudo me faz um ser diferente, um ser difícil para muitos e confesso que para mim também.
Para mim? Claro que sim! Ou acha que é fácil ser o lobo-mau da história (e pior que sem comer a chapeuzinho vermelho)? Sofro de dezenas de privações como por exemplo não saber o que é ter uma carteira de trabalho assinada há…. dez anos! Tudo bem, não sei para que presta a aposentadoria do INSS e tampouco se vai ter INSS daqui 30 anos mas isso é outra história. Também sou privado por exemplo de trabalhar no governo porque não tenho o ensino superior completo, nem mesmo aquele feito na Faculdade Beira-Mar, do tráfico do RJ. Então, ser aspone não dá para mim.
Tirando a brincadeira de lado (que nada tem de brincadeira), ser uma pessoa “do contra” não é fácil, principalmente quando se tem que explicar que Bill Gates, o cara mais rico do mundo, não tem faculdade. Ai ninguém acredita não é mesmo? E para explicar que o futuro é algo que está lá na frente e que se não viver hoje, não terei futuro? Não entra na cabeça da maioria dos mortais este tipo de pensamento pois “futuro” se constrói hoje. Claro que sim, vivendo e não vegetando. Eu ainda prefiro mil vezes descansar agora do que gastar com cardiologista quando tiver 60 anos.
E tudo isso começou por causa de um bicho, um comichão que tinha (e tenho) por asfalto. É uma coisa doida isso. Não conseguia ficar parado em casa estudando para colégio técnico ou vestibular. Aquilo não era para mim. Eu queria é asfalto, queria é ver o mundo. Queria ver se a Torre de Pisa é inclinada mesmo. Queria ver se Machu Picchu existe. Queria ver se o trem da morte era de morte (que nada, é fedido!). Queria andar nas ruas de Saigon (que hoje é Ho Chi Min) e tentar sentir o que foram 10 anos de bombas nas cabeças dos vietnamitas. Queria ver a Terra Média, queria ver cabeça de bacalhau (dizem que só na Noruega né). Queria ver tudo aquilo que via nos livros. Então eu fui, vi e vivi, mas não tive tempo para ficar estudando como ser um bom médico, um bom advogado, um bom engenheiro.
Na verdade, quando senti este ímpeto na vida, pesei muito dezenas de fatores. Pesei por exemplo os curricula de Bill Gates, Paulo Coelho (que não suporto mas mesmo assim tenho que dar o braço a torcer para ele), Jorge Amado. Pesei de Copérnico, de Arquimedes, de Galileu, de Tesla. Pesei de Amador Aguiar, de Sílvio Santos, de Ayrton Senna. Pesei de Gilberto Gil, de Caetano e de Roberto Carlos. Mas acho que pesei demais porque todos eles, sem excessão, possuem duas características iguais: não possuem faculdade e foram ímpares em suas vidas e na vida da humanidade. Então pensei: “caramba, acho que ser ímpar está do outro lado do banco da escola”. E ai já sabe o restante da história.
Se vou ser algo ou não? E eu quero lá saber?! Quero, da mesma forma que Senna, me dedicar ao máximo à vida (mesmo que morra cedo). Quero poder pensar como Newton sob uma árvore e descobrir o que nos segura no chão. Quero sonhar em voar como Galileu e deixar o legado para o helicóptero (ou qualquer outra coisa voadora). Quero é dormir depois do almoço e manter minhas faculdades mentais em dia. Mas não é fácil (como não foi para nenhum destes e outros). Afinal, se fosse fácil, todo mundo fazia.
Então meu caro Gustavo, a culpa é do asfalto. O asfalto que me privou de ter uma vida diferente, mas igual à de todos. A culpa é dele mas não toda. Parte também é do baixinho Dalai Lama que diz o seguinte: