Categoria: Opinião

Eu quero celular

Hoje, dia 5, o pau come no TSE. Entra em votação uma questão que para uns está mais que resolvida e, para outros é um verdadeiro terror. Estou falando das pesquisas com células-tronco embrionárias, ou seja, o uso de células humanas congeladas para pesquisas contra doenças e males que afligem milhares de pessoas como diabéticos, paraplégicos e outros. O assunto é tão importante que a presidente do tribunal reservou a tarde toda desta quarta-feira para o assunto que promete esquentar Brasília e o país.

Claro que os religiosos de plantão estão fazendo aquele lobby contra este que é considerado um “pecado capital”, mas pelas sondagens a matéria passa com folga no plenário. Melhor para aqueles que realmente precisam. Minha opinião? Totalmente a favor deste tipo de pesquisa. Não é porque estamos estudando este tipo de área que vamos virar deuses, pelo contrário, só queremos (aqueles que são a favor) permitir que o conhecimento humano possa andar mais um passo e principalmente que auxilie os necessitados.

Mas, pensando bem, brincar de Deus seria uma coisa muito bacana. Pelo menos poderíamos matar no ninho coisas como Bush. Já pensou que legal?

PS: Se você é contra ou abomina a idéia, antes de postar qualquer comentário com base em religião ou blábláblás de Deus, me arrume antes uma boa desculpa para explicar as matanças realizadas em nome de “deus” em dezenas de países do mundo. Aí a gente conversa…

Arquivo para consulta

Super InteressanteA revista Superinteressante disponibiliza desde não sei quando suas edições para consulta on-line. Para aqueles que gostam da linha editorial, vale a dica.

Acesse o arquivo clicando aqui.

PS: aproveitando a capa desta, sabe como viver bem? Simples; viaje, faça somente o que gosta (e não goste do que faz) e tome bastante vinho. Ahh, e claro, sexo pacas!

Como ser um emo

EmocoreEu já vi livro sobre tudo nesta vida. Livro sobre política, religião, física e biologia. Livro sobre culinária (adoro-os), sexo (também são muito bons), relacionamento, traição, ficção. Já vi livros sobre carreiras, sobre auto-ajuda, sobre beleza, sobre tudo. Mas eu confesso que nunca imaginei ver um livro sobre Emos.

Consta nos alfarrábios da história que Emo que é um derivado da música hardcore, algo mais meloso, mais triste, mais emotivo (daí vem o nome emo). Mas também virou sinônimo dos espécimes que adoram franjas, unhas pintadas de cores escuras e algumas outras “estranhices” que volta e meia vemos nos templos de consumo das grandes cidades, os shoppings. A febre emo se tornou tão forte que já existem desde lojas com produtos para emos (que possuem até asas postiças de anjos, coisa de louco mesmo) até páginas e páginas com piadas de todos os gostos.

Pois bem. E não é que escreveram um livro for dummies (para iniciantes) sobre Emos? Te juro! Agora qualquer um pode aprender como ser emo, o que vestir, com quem andar, que tipo de música ouvir e assim por diante. Algo impensável, pelo menos para mim.

Felizmente a “obra” só existe em inglês mas duvido que demore a ser traduzida, afinal, o que tem de emo neste país.

Sexo 24×7

RobôSei que o assunto é recorrente mas é preciso comentar. Mais uma vez fico estarrecido com a genialidade do ser-humano. Quando se presta para fazer coisas ruins, as faz com uma destreza impressionante. Mas quando dá para fazer coisas boas, não existem limites.

E não é que um sujeito lá na França acredita piamente que em quarenta anos estaremos (eu não, infelizmente) fazendo sexo com máquinas! Louco não é? Pois é, o carnaval nunca mais será o mesmo. Sai a globeleza e entra e roboleza, muito mais sarada, muito mais gostosa e além disso tudo, nonstop! E na Bahia então? Fará um sucesso tremendo já que a dita será movida a energia solar. Como baiano tem sol que não acaba mais, ela vai poder pegar duas semanas de folia sem cansar.

Mais interessante ainda é que já existem projetos em andamento sobre o assunto. Uma empresa japonesa (tinha que ser deles) criou uma boneca daquelas infláveis com gemidos e sussuros. Você dá uma mordiscada no peito da oriental, ela geme e fica sussurrando em seu ouvido. Tudo bem que deve falar aquela coisa incompreensível mas como nunca reclama, vale a investida. O que fico com medo é se passar a mão no traseiro e ela resolver distribuir tapas. Meu amigo, o que vai ter de gente com cara quebrada…

Mas as mulheres não precisam ficar tristes pois também existirão homens robôs, daqueles que limpam a casa, lavam a louça, passam, cozinham e estão sempre armados para qualquer coisa. A principal vantagem é poder programar quantos minutos deseja de preliminares, quantos de ato e, finalmente, quantas vezes mais. Sem frustração, sem reclamação, sem nada!

E depois ainda dizem que a informática causa problemas.

Tenha um infarto você também

CoraçãoEu já resolvi. Semana que vem meu irmão mais novo precisa ir ao cardiologista para fazer suas revisões periódicas do coração devido a um defeito de fabricação e vou com ele. Não que eu tenha problemas, longe disso, mas quero do médico uma receita igual as aviadas pelo serviço de saúde britânico.

Não está entendendo nada? Tudo bem, explico. O SUS da Inglaterra (aquele continente ao lado da Europa como eles insistem em chamar) anda fazendo a alegria de muita gente. Contra doenças do coração, faça sexercise. Não entendeu de novo? Ó santa ignorância. É para fazer sexo meu filho!!!!!

Claro que fiquei ressabiado quando li pois os ingleses são conhecidos por não exporem a intimidade muito facilmente (exceto quando cai nas mãos do The Sun, aí lascou-se), mas lendo a reportagem publicada hoje pela Folha tive que dar créditos a matéria; foram contatados especialistas da USP e Unicamp, as melhores universidades da América Latina para falar sobre o assunto e todos foram unânimes: eles estão certosl exercícios sexuais reduzem os problemas do coração.

O melhor da história não é a redução das doenças mas sim, para aqueles que possuem problemas com o/a companheiro/a, é arrumar uma forma de deixar qualquer desculpa de lado. “Meu bem, sou cardíaco e preciso dar uma. Olha aqui a receita do médico”. Quero ver se dor de cabeça ganha da receita do cardiologista.

E o que vou fazer no médico? Ora, já pegar a receita né. Vai que acontece algum piripaque :-)

Frase da semana

Que analogia!

Motoboy

“Motoboy é como pênis: Tem cabeça e não pensa, vai e vem o tempo todo, quer passar onde não cabe, às vezes se esfola, geralmente anda duro e, de quebra, ainda fode os outros!”

Vou vender pastel

Um de meus amores é o pastel. Não estou falando daquele pastel de forno ou ainda os pastéis de Belém. Estou falando daquele pastel de feira quentinho que você acorda cedo para ir comer. E com um vinagrete então…

Aqui ao lado da casa da família tem feira todo o domingo (outra coisa que gosto, feira livre). E claro, barraquinha de pastel de japonês. Sim, porque pastel de italiano não é pastel, é pizza. Pastel tem que ser japa, o restante é imitação made in China (até isso eles pirateiam). Mas enfim, todo o domingo que cá estou, acordo cedo esteja fazendo sol, chuva ou caindo canivete aberto lá estou comendo pastel.

Hoje não foi diferente. Nove da manhã já estava comendo pastel com meu segundo irmão. Come um, come dois e começamos a fazer um exercício matemático (em plena nove da matina de domingo) de quanto o Mário, dono da barraquinha, ganha por mês e simplesmente decidimos: vamos vender pastel. Quer ver porquê?

O primeiro problema: como descobrir quantos pastéis vende por dia. Então fizemos um cálculo “por cima” baseado no seguinte: durante a meia hora que lá estivemos contamos 60 pessoas comendo pastel. Cada pessoa come em média dois pastéis (o que não vale para mim, claro), que prefazem 120 pastéis a cada meia hora, 240 por hora. Como a feira acontece entre às 7 e meio dia, são cinco horas dia que totalizam 1200 pastéis. Colocando uma média de R$ 2,20 cada pastel, o faturamento diário de seu Mário só com pastel é R$ 2.640,00.

Agora, multiplicamos este valor por 30 dias (porque feira não tem feriado), chegamos a conta de R$ 79.200,00! É pouco? Pois bem, acrecentamos também 600 latas de refrigerante (uma para cada dois pastéis) em média por dia ao preço de R$ 2,00 cada uma, temos no final R$ 36.000,00. Somando, chegamos ao faturamento de R$ 115.200,00 por mês. Se o Mário depois que pagar tudo ficar com só 10%, seu lucro líquido é de R$ 11.520,00.

Resultado de meu domingo na feira: nunca saí tão frustrado de uma comilança quanto hoje. O pasteleiro ganha muito mais do que eu que já tenho 20 anos de profissão e muito mais do que o presidente (sem descontar os cartões, é claro), mesmo fazendo pastelão. Ser presidente? Ser programador? Que nada, quero é ser pasteleiro :-)

Porquê não dá certo

Fiz na viagem à Indochina um stopover em Cingapura, pequena cidade/país enfiada numa ilhota ao lado da Malásia. Esta parada foi somente para comprovar (e comprovei) que Cingapura é um grande shopping-center dividido em alas de acordo com os interesses de seus moradores/visitantes. Se você deseja algo da Índia, vai para Little India (onde ficam também os “corredores” de eletrônicos que Ciudad Del Este se envergonharia). Se deseja qualquer bugiganga escrita em mandarim o destino é Chinatown. Já as marcas famosas (todas elas) estão lá em Ochard Road, algo como a Rodeo Drive americana ou ainda a Champs Elysieé parisiense. Um luxo!

Cingapura é um país interessante por esta questão do consumismo e também por suas regras extremamente rígidas. Não é permitida a entrada no país com antenas parabólicas de quaisquer tipo, certos jornais e até mesmo, pasmem, chicletes! Em todas as praças, ruas e caminhos você encontra placas dizendo que não pode isso ou aquilo e junto dos sinais (para que qualquer analfabeto possa entender) lá está o valor da multa que, na maioria das vezes é extremamente pesada.

Claro que este tipo de governo “mão de ferro” tem seus prós e contras. Não se vê mendingos nas ruas e tampouco papel no chão (chega a ser vergonhoso jogar algo na rua). Os semáforos, todos organizados, são respeitados tanto pelos pedestres que esperam sua vez nas calçadas como pelos carros que não avançam ou atravessam. Toco de cigarro? Raríssimos são os encontrados. Da mesma forma revistas pornográficas ou propagandas apelativas de qualquer tipo de produto. Um verdadeiro oásis no meio do deserto de baderna que é o sudeste asiático. De outro lado, claro, a sensação de que qualquer deslize pode levá-lo a passar uma temporada na prisão (o que não deve ser ruim em Cingapura).

Neste cenário tentei traçar um paralelo com nossa terra brasilis e fiquei triste ao ponto de pensar em suicídio, o qual não levei adiante com medo da multa que minha atitude poderia acarretar (fiquei com medo da multa pós-morte). Por mais que tentasse não conseguia uma mínima linha lado a lado com Cingapura. Mas será que a questão é o governo mão de ferro, ao contrário do governo de fantoche que estamos tendo há décadas em nosso país? Ou seria o tamanho do país? Quem sabe por ser uma ilha? Ou por eles terem olhos puxados?

Biblioteca Nacional de CingapuraA resposta veio em uma das caminhadas que fiz pela cidade quando me deparo com o prédio da Biblioteca Nacional. Neste momento compreendi a verdadeira diferença entre o Brasil e Cingapura. Enquanto nós temos uma biblioteca esquecida pelo governo, agonizante e vivendo de migalhas, eles possuem um prédio de 15, isso mesmo QUINZE andares em um quarteirão que encerra mais de 8 milhões de obras de todos os tipos possíveis e imagináveis. Um verdadeiro panteão de conhecimento e que realmente é usado pela população como pude constatar in-loco.

Alguns vão advogar que nossa biblioteca ainda é maior (9 milhões de obras) ou que temos a maior da América Latina. Aí pergunto eu: “e daí?” Quem é que tem acesso ao conhecimento lá guardado? Quem é que sabe onde fica a Biblioteca Nacional de nosso país? E quem é que sabe para que ela serve? A diferença pode também ser observada nos slogans dos dois governos: excelência – serviço – integridade lá em Cingapura enquanto nós ficamos com o demagogo “um país para todos”. Só faltou mesmo colocar entre parênteses “os banqueiros”. Lamentável.

Não é de hoje que educação é o principal diferencial entre nações desenvolvidas e sub-desenvolvidas. Sem investimento nesta área nossos cérebros descem pelo ralo na tentativa de encontrar um pouco de água fresca em outros rios e para nós sobra o lodo do senado apinhado de mentirosos, traidores (das mulheres e da pátria) e ladrões, bem como um governo que chega ao limiar do “rouba mas faz”. Para fechar com chave de ouro, donos de faculdades de fundo de quintal que desfraldam a bandeira do “tudo por dinheiro“, independente da forma que este venha. O resultado é a cíclica retórica do pacote de biscoito “não sabe votar porque é burro ou é burro porque não sabe votar”?

Enquanto isso, lá no fim do mundo existe uma nação com cinquenta anos de independência, um crescimento de 8% ao ano, absurdos 1% de inflação anual, 3% de desempregados e uma renda per capita igual as quatro maiores potências mundiais. Será que a biblioteca infui nisso, ou não?

Reclama vai

A sequência de fotos a seguir serve para dar uma idéia do que é o sistema de transporte “público” no Timor-Leste e foram tiradas no último final de semana.

Microlet

Este micro-ônibus é chamado de Microlekt e faz a “linha” entre Dili e Baucau, a segunda maior cidade do país distante cerca de 150km. As pessoas, como é possível ver, viajam dentro do ônibus, em cima, dependuradas e onde mais conseguirem. Vale até no colo do motorista, conforme a dondoca :) e pagam por isso entre US$ 1 e US$ 3, o que também varia de acordo com a boa vontade do cobrador.

Microlet

Está impressionado? Pois então agora vem o melhor: esta viagem dura cerca de cinco, isso mesmo CINCO horas entre as duas cidades, sendo realizada pela “auto-estrada” Dili-Baucau que está assim:

Microlet

No meio da estrada, claro, é necessário fazer ultrapassagens como em uma estrada qualquer. Aí, o que acontece? Uma “pende” para um lado e a outra “pende” para outro.

Microlet

Já deve estar pensando na quantidade de acidentes não é? Pois não é difícil ouvirmos relatos de microlekts que despencaram barranco abaixo (normalmente são mais altos que um prédio de 10 andares) com todo mundo dentro, fora, em cima e onde mais estiver. Tanto é fato que um dos nossos técnicos do Ministério retornou hoje ao trabalho depois de rolar 100 metros “microlekt abaixo” em uma curva onde um pneu estourou. Sorte dele que foram somente 35 pontos na cabeça e um braço quebrado.Como não existe transporte público verdadeiro e tampouco fiscalização, vamos que vamos e deixamos na mão de Deus o próximo quilômetro.

E você ainda reclama das van’s brasileiras?

Ruim, bom e ótimo

Nestas últimas semanas sumido pela dedicação ao desenvolvimento dos novos sites (sim, novos pois este vai mudar também), aproveitei para fazer novas aquisições na lojinha Internet; três CD’s que podem ser qualificados como ruim, bom e ótimo.

Primeiro, claro, o ruim porque assim já acaba o assunto.
Caetano continua uma bosta. Desculpem àqueles que o amam (dá para amar coisa desta?) mas Caetano é um João Gilberto magricela com sotaque baiano, ou seja, um chato medito a besta. A mania que tem de ficar cantando parte de músicas em inglês, francês, espanhol e, se deixar, grego, cansa e suas composições deixaram há muito de ser algo do tipo “óóóó”. Exceto por alguns repentes atuais como “Sozinho” e “Você Não me Ensinou a te Esquecer”, o baiano mais chato do mundo só regrava o que já foi regravado. Acho que seu período no exílio deixou-o meio “marolado”. Dele, recebi o último CD (lançado ontem), Cê – Multishow Ao Vivo que nada mais é que o último show agora feito por encomenda para o canal Multishow. Acho que ele está precisando de uma graninha porque fazer isso, tenha dó. Do CD, para mim salvaram três músicas, o resto, lixeira do iTunes.

Já o médio fica por conta dos Engenheiros do Hawaii. Sim, eles existem e estão aí mas confesso que tive que forçar o ouvido em alguns momentos para saber que era o Humberto que estava cantando. Os anos passaram e mudaram bastante mas, ao contrário do “chaetano seboso”, os Engenheiros se refizeram. O último CD, Novos Horizontes – Acústico traz velhos hits como Parabólica, Toda Forma de Poder e Prá Ser Sincero com várias novas. Duas que ficaram muito boas foram “No Meio de Tudo” e “Alívio Imediato” que aparentemente mostram a mudança pela qual a banda passou. Ficou mais velha mas como um bom vinho, soube se reciclar e ficar melhor. Não é mais o Engenheiros que vi em 92 quando trabalhei na transmissão do show no ginásio do Guarani em Campinas, que tinha uma energia tremenda e chacoalhava mais que terremoto na Indonésia, mas certamente ainda são os Engenheiros e.. acústicos.

Agora, o ótimo é mais que ótimo, é maravilhoso. A dona da voz chama-se Rosália de Souza, uma espetacular carioca de Nilópolis que canta a bossa-nova tão bem que poderia ser chamada de “maestro Tom de saias”. Mas além disso, envereda-se pelo verdadeiro samba dos morros cariocas e que lembra com uma facilidade muito grande artistas como Paulinho da Viola, Roberto Menescal e até mesmo Chico Buarque. Seu último CD, Brasil Precisa Balançar é uma viagem sensacional à um dos melhores períodos de composição da MPB e gostoso demais de ouvir. As mais belas composições ficam por conta de “Nem Que Seja a Nado” e “Rio de Janeiro”, além de “Meu Amigo Tom”, uma verdadeira declaração de amizade para o maior maestro brasileiro. Este CD vale a pena, mesmo que você não goste muito de bossa-nova. Escute e vai entender o que digo.

E tem mais? Tem, mas não agora. Deixa colocar o site novo no ar. O universo conspira…