Categoria: Opinião

Super trunfo dos políticos

Quando criança adorava um jogo de cartas chamado Super Trunfo. Eram cartas sobre os mais variados temas (carros, barcos, aviões, etc) onde os jogadores ficavam com um maço na mão e “disputavam” as cartas dos outros, desafiando com determinadas características da carta que estava na frente do maço. Era um jogo muito bacana, aprendia algumas coisas interessantes e principalmente, passava o tempo.

Há algum tempo encontrei na web um jogo semelheante chamado Golpe. Usando a mesma estrutura do Super Trunfo, um brasileiro de saco cheio com os políticos nacionais resolveu colocar em prática a idéia de fazer deles, cartas do jogo. Nada mais engraçado, interessante e claro, fundamental para que possamos conhecer as “figurinhas” que decidem (ou tentam) nosso futuro como nação.

Gostou? Pois você pode fazer o download do jogo na Internet gratuitamente clicando aqui. Na verdade são as folhas para serem impressas por você e que depois precisam ser recortadas. Pouco trabalho, nenhum custo, muita diversão.

A culpa é do asfalto

Gustavo é camarada dos bons. Pensa bastante, batalha bastante. Mas dia destes deslizou e disse que queria ser igual à mim, que só viajo, só passeio, só trabalho fora. Na verdade ele quis dizer que minha vida é muito boa, cheia de oportunidades e coisas assim. Mas, parafraseando uma empresa meia boca de software, get the facts (vamos aos fatos):

Minha vida é como ela é devido eu ser um cara muito burro. Daqueles tipo porta mesmo. Sou totalmente contrário ao status-quo da sociedade atual. Não gosto de baia no trabalho porque não sou cavalo. Não gosto de chamar chefe de “chefe” pois quem tem chefe é índio e tampouco gosto que digam para mim que a vida tem que ser feita de cereal, caminhadas e exames regulares ao médico. Então isso tudo me faz um ser diferente, um ser difícil para muitos e confesso que para mim também.

Para mim? Claro que sim! Ou acha que é fácil ser o lobo-mau da história (e pior que sem comer a chapeuzinho vermelho)? Sofro de dezenas de privações como por exemplo não saber o que é ter uma carteira de trabalho assinada há…. dez anos! Tudo bem, não sei para que presta a aposentadoria do INSS e tampouco se vai ter INSS daqui 30 anos mas isso é outra história. Também sou privado por exemplo de trabalhar no governo porque não tenho o ensino superior completo, nem mesmo aquele feito na Faculdade Beira-Mar, do tráfico do RJ. Então, ser aspone não dá para mim.

Tirando a brincadeira de lado (que nada tem de brincadeira), ser uma pessoa “do contra” não é fácil, principalmente quando se tem que explicar que Bill Gates, o cara mais rico do mundo, não tem faculdade. Ai ninguém acredita não é mesmo? E para explicar que o futuro é algo que está lá na frente e que se não viver hoje, não terei futuro? Não entra na cabeça da maioria dos mortais este tipo de pensamento pois “futuro” se constrói hoje. Claro que sim, vivendo e não vegetando. Eu ainda prefiro mil vezes descansar agora do que gastar com cardiologista quando tiver 60 anos.

E tudo isso começou por causa de um bicho, um comichão que tinha (e tenho) por asfalto. É uma coisa doida isso. Não conseguia ficar parado em casa estudando para colégio técnico ou vestibular. Aquilo não era para mim. Eu queria é asfalto, queria é ver o mundo. Queria ver se a Torre de Pisa é inclinada mesmo. Queria ver se Machu Picchu existe. Queria ver se o trem da morte era de morte (que nada, é fedido!). Queria andar nas ruas de Saigon (que hoje é Ho Chi Min) e tentar sentir o que foram 10 anos de bombas nas cabeças dos vietnamitas. Queria ver a Terra Média, queria ver cabeça de bacalhau (dizem que só na Noruega né). Queria ver tudo aquilo que via nos livros. Então eu fui, vi e vivi, mas não tive tempo para ficar estudando como ser um bom médico, um bom advogado, um bom engenheiro.

Na verdade, quando senti este ímpeto na vida, pesei muito dezenas de fatores. Pesei por exemplo os curricula de Bill Gates, Paulo Coelho (que não suporto mas mesmo assim tenho que dar o braço a torcer para ele), Jorge Amado. Pesei de Copérnico, de Arquimedes, de Galileu, de Tesla. Pesei de Amador Aguiar, de Sílvio Santos, de Ayrton Senna. Pesei de Gilberto Gil, de Caetano e de Roberto Carlos. Mas acho que pesei demais porque todos eles, sem excessão, possuem duas características iguais: não possuem faculdade e foram ímpares em suas vidas e na vida da humanidade. Então pensei: “caramba, acho que ser ímpar está do outro lado do banco da escola”. E ai já sabe o restante da história.

Se vou ser algo ou não? E eu quero lá saber?! Quero, da mesma forma que Senna, me dedicar ao máximo à vida (mesmo que morra cedo). Quero poder pensar como Newton sob uma árvore e descobrir o que nos segura no chão. Quero sonhar em voar como Galileu e deixar o legado para o helicóptero (ou qualquer outra coisa voadora). Quero é dormir depois do almoço e manter minhas faculdades mentais em dia. Mas não é fácil (como não foi para nenhum destes e outros). Afinal, se fosse fácil, todo mundo fazia.

Então meu caro Gustavo, a culpa é do asfalto. O asfalto que me privou de ter uma vida diferente, mas igual à de todos. A culpa é dele mas não toda. Parte também é do baixinho Dalai Lama que diz o seguinte:

Dalai Lama

Entendeu?

Tapa na cara (e bem dado)

Em 1992 aconteceu na cidade maravilhosa a ECO-92, uma oportunidade única para delegações de dezenas de países conhecerem e se esbaldarem nas praias do Rio de Janeiro. Quinze anos depois pouca coisa (ou nenhuma) mudou, mas algumas coisas ficaram e uma delas é um discurso de uma garota canadense para lá de pesado, um verdadeiro tapa na cara daqueles que lá estavam.

A garota não sei onde está. Pode ter sido assassinada pelos americanos ou ainda morrido de câncer devido ao monte de porcaria que produzimos, mas o vídeo do discurso (legendado) pode ser visto abaixo.

Eco 92 por pmichelazzo no Videolog.tv.

Think about

Sexo seguro

Assim não quero não. Deve dar uma dor nas costas…

Sexo seguro

Utopia

E foram eleições presidenciais no Timor Leste. Nas urnas a esperança de mudanças, de um futuro melhor, mais digno, menos sofrido e, principalmente, mais igualitário. Utopia? Não, somente um sonho bom que pode ser realizado se todos quiserem e aqueles que foram escolhidos para representar o povo timorense tomem pulso e façam realmente o que precisa ser feito.

Estranho foi que, dia 9 passado, em um giro rápido por Dili, pude sentir novamente o que senti há 21 anos atrás quando em meu país foram retomadas as eleições diretas para presidente e que sonhávamos soltar os grilhões dos militares para ser uma nação democrática. Muito fizemos desde então; muitos erros (e quantos!) mas também muitos acertos os quais, de uma forma ou de outra está nos levando para uma situação menos pior do que aquela vivida durante mais de 450 anos. Via o povo caminhando nas ruas indo para os postos de votação com a esperança estampada no rosto e a carteira de voto na mão. Filas para exercer o direito fundamental de qualquer democracia e que fazem qualquer país, sejam pequenos ou grandes, um país para seus filhos realmente.

Tal como nós, não mudamos uma realidade de um dia para outro. Muitas vezes décadas são necessárias para aprendermos a força que um voto pode ter e quanto pode-se mudar com ele. Erramos e acertamos, claro. Errar e acertar é inerente ao ser humano de todas as formas. O que precisamos é sempre aprender com os erros e não repetí-los. Simples assim.

Para este povo, uma canção que muito ouvíamos em nosso período negro da história e que expressa não somente o que queríamos, mas o que até hoje buscamos.

Coração Civil
Milton Nascimento & Fernando Brant

Quero a utopia, quero tudo e mais
Quero a felicidade dos olhos de um pai
Quero a alegria, muita gente feliz
Quero que a justiça reine em meu país

Quero a liberdade, quero o vinho e o pão
Quero ser amizade, quero amor, prazer
Quero nossa cidade sempre ensolarada
Os meninos e o povo no poder, eu quero ver

São José da Costa Rica, coração civil
Me inspire no meu sonho de amor, Brasil
Se o poeta é o que sonha, o que vai ser real
Vou sonhar coisas boas que o homem faz
E esperar pelos frutos no quintal

Sem polícia, nem a milícia, nem feitiço, cadê poder?
Viva a preguiça, viva a malícia que só a gente é que sabe ter
Assim dizendo a minha utopia eu vou levando a vida
Eu vou viver bem melhor
Doido pra ver o meu sonho teimoso um dia
Se realizar

[audio:http://www.michelazzo.info/f/2007/05/coracao_civil.mp3|titles=Milton Nascimento – Coração Civil]

Encontro de culturas

Encontro de CulturasOntem comprei o livro “Encontro de Culturas em Timor-Leste” (assim mesmo, com um hífen no nome) que é o resultado da dissertação acadêmica do autor, Francisco Xavier de Menezes de 1968, ou sejam, 39 anos atrás e trata, claro, do Timor Leste daquela época e também de hoje.

Ainda não posso fazer comentários sobre o mesmo mas, infelizmente, a qualidade gráfica ficou a desejar pois a maior parte das folhas estão grudadas como se tivessem esquecido de refilar o livro. Espero que o conteúdo não esteja assim também.

Quando terminar, conto as impressões.

Dois maravilhosos monstros

Meu gosto por Ella Fitzgerald vem de longe. Acho que desde a primeira vez que li a obra de Mario Puzo, O Chefão. Nele, Jonny Fontane, um dos personagens da trama, é um cantor decadente com um problema nas cordas vocais que o impede de cantar como nos bons tempos. Frustrado, passava horas ouvido outros cantores e dentre eles, Ella Fitzgerald. Coincidência ou não, creio que tenha sido influenciado pelo livro pois em casa pouco se escutava o jazz americano; o velho ainda preferia os clássicos Chopin, Schumman, Listz e Tchaikovisk. Não importa. Hoje a paixão que tenho por Ella se compara somente a que rendo a Sinatra e Sammy Davis Jr. O restante fica léguas para trás. Sua voz vezes aveludada, vezes acetinada, vezes cheia de farpas, Ella é aquilo que se ouve na penumbra sorvendo um bom vinho para deixar a mente fluir embalada pela música.

Mas e quando este conjunto de qualidades se encontra com outro tão grande e tão forte quanto Antônio Carlos Jobim, o nosso maestro Tom? O que fazer? Certamente preparar a ambulância para o ataque do coração.

Pois descobri semana passada na web um presente para os ouvidos e o coração. Um songbook de Ella cantando músicas de e para Tom, mesmo nunca tendo trabalhado com o maestro brasileiro. No repertório de “Ella Abraça Jobim”, vários sucessos imortalizados por dezenas de artistas pelo mundo todo e outras músicas que são um verdadeiro presente não só para o brazuca, mas para todos que ouvem.

Ao contrário de alguns críticos, o álbum em minha opinião é sensacional. Tenho que confessar que o repertório deixa um pouco a desejar pois “esqueceram” de algumas músicas mais conhecidas e mais sonoras, mas isso não tira o brilho e a beleza da obra que deve obrigatoriamente estar na coleção de quem gosta de um ou de outro e, principalmente, de quem gosta dos dois.

A ficha técnica e comentários sobre o songbook podem ser lidos na Amazon clicando-se aqui e o álbum pode ser encontrado via torrent, clicando-se aqui. Mas atenção, compre o CD. Não pela pirataria em si, mas para ter guardada uma verdadeira obra que reverencia um dos maiores, senão o maior artista brasileiro.

Enjoy!

Solução não convencional

O caos nos aeroportos não é exclusividade brasileira. Nos E.U.A. e em todo o mundo o período de férias e festas (para os ocidentais) faz miséria. Se não bastasse o clima entra no meio do caldo para entornar mais ainda.

Hoje o aeroporto internacional Indira Gandhi em Nova Délhi, Índia, foi fechado por causa de um nevoeiro. 3 ou 4 horas de espera e uma solução interessante: uma estudante da Caxemira, região norte do país que vive em conflitos armados, simplesmente ameaçou a “se explodir” dentro do saguão do aeroporto se não fosse imediatamente embarcada. Resultado: arrumaram um outro vôo para ela.

Já pensou se a moda pega em Congonhas?

Assumindo de vez

Durante muito tempo achei que tatuagem era coisa de gente sem eira nem beira mas hoje tenho que admitir: puro preconceito inexplicável, daqueles que fincam raízes em nossas mentes de uma forma que desconhecemos.

Com dezenas de passagens, boas e ruins, ocorridas comigo nos últimos dois anos, revi vários destes preconceitos bestas que carregava e um deles era este, mas ainda não tinha coragem de “quebrar a barreira” e fazer uma em meu corpo que mesmo estando fora de forma, sou apaixonado por ele (ainda bem né!).

Mas a idéia ia martelando na cabeça e final do mês passado resolvi, já que ia mudar radicalmente de vida e por não sei cargas d’água acredito que estou no meio de minha estada na Terra, fazer uma. Porém existia um dilema: o que tatuar? Teria que ser algo que eu me identificasse, que gostasse realmente e que possuísse um significado muito grande para mim. Então, resolvi tatuar aquilo que expressa de uma forma simples, fácil e até “meiga” o sentimento de liberdade que tanto batalho e tanto gosto.

Minha Tatoo

Isso mesmo, um TUX, o mascote do sistema operacional Linux que representa toda esta questão de liberdade. Como detalhe adicional, uma bandeira do Brasil que mesmo sendo desta mãe muitas vezes ingrata, ainda é pátria amada de formas inexplicáveis e que claramente indicaria minhas raízes, estando onde estivesse.A tatuagem foi feita em São Caetano do Sul no estúdio do Johnny, um cara extremamente detalhista e com um traço perfeito. Muito bem indicado, o trabalho ficou sensacional, acredite.

Arrependido? Não, de forma nenhuma. Além disso, é interessante ouvir as pessoas comentarem “ele tem um pinguim nas costas” e mais interessante ainda quando reconhecem que é o Tux, o mascote do Linux. Sinal que as coisas estão mudando.

PS: Se quiser fazer uma tatto legal também, fale com o Johnny pelo fone (11) 9334-7878.

Entendendo o homem moderno

Almanaque do Macho ModernoEm minhas andanças pela web encontrei algo interessantíssimo para as mulheres. Trata-se do Almanaque do Macho Moderno. Um verdadeiro compêndio que trata deste assunto numa forma assustadoramente verdadeira e muito engraçada sobre o que é o homem moderno, ajudando inclusive a entender o que são as novas categorias de “machos” como metrossexuais, bissexuais e outras coisas meio, digamos, estranhas.

Só por favor, não leve muito a sério pois mesmo sendo fatos, a narrativa foi amenizada pois na verdade, é muito pior :-)

O almanaque pode ser obtido clicando-se aqui.

Have fun!