Aleluia! Pensei que não teria nenhuma alegria nesta horrenda copa do mundo. Depois do fiasco da seleção (seleção???) brasileira e os comentários estúpidos de Galvão Mala Bueno (que juro ter evitado ao máximo), só me restou mesmo torcer para minha segunda pátria, a Itália.E a Azzura não deixou por menos, foi lá e acabou com a graça dos franceses que agora voltam para o Arco do Triunfo com o segundo lugar.
Pior mesmo foi assistir a final. Pelo amor de Deus que joguinho mais porco. Se não bastasse o bando de pernetas dentro do campo, seu Zidane ao invés de cabecear a bola, resolve usar o peito do zagueiro italiano como alvo, num típico exemplo de atitude desportiva. Azar dele que encerra a carreira com esta vergonha no curriculum.
Enfim, Itália tetracampeã. E se esta joça de seleção continuar com está, os africanos daqui há quatro anos vão dançar tarantela e não axé!
Em minha viagem à Colômbia há algum tempo, tive a oportunidade de ver alguns sinais do que a cocaína é capaz de fazer: prédios riquíssimos, espaços maravilhosos, clubes chiquérrimos e outras ostentações. Com grana jorrando vinda principalmente dos EUM, os narcotraficantes fizeram fortunas.
Mas existe um paralelo ao cartel do tráfico e que, acreditem, é MUITO melhor que o tráfico em si. Chama-se “igreja”. No Brasil, proliferam aquelas que eu chamo, polidamente, de “seitas” e que abocanham uma grana tão grande quanto os cartéis colombianos da droga. Não acredita? Pois leia o anúncio do jornal DCI logo abaixo e veja os números.
Mas o que me deixa realmente emputecido é que estes safados se enfiam na política para conseguir benesses como estações de rádio e TV, isenção fiscal, compra de imóveis e assim por diante. Não é de se admirar que IURD não tem muitas “franquias” fora do Brasil (excluíndo-se paisecos como o nosso). Lá a coisa é beeemmmm diferente.
Para aqueles que desejam uma grana fácil e sem crime, está ai uma boa opção. Daqui há pouco estou vendo Marcola virando pastor e o PCC virando igreja. Não, acho que não vou ver isso. Ele ainda não é ladrão. Pode ser traficante, mas ladrão barato não o é. E entre Marcola e Edir Macedo, ainda prefiro o primeiro. Pelo menos ele não vende o que não existe.
Se acha a coisa mais perfeita da face da Terra,
Acha que é insubstituível em seu trabalho,
Acredita piamente que é a última Coca-Cola do deserto,
E pensa que o mundo gira ao seu redor…
… por favor, LIMITE-SE a sua insignificância planetária
Nesta época de Código da Vinci nos cinemas e marcha por Jesus na Av. Paulista, alguns assuntos tomam proporções interessantes. De onde viemos, quem somos e para onde vamos é certamente a máxima mais procurada por ambas as vertentes que balizam o ser humano: a científica e a religiosa. De um lado, ampliamos a cada dia nossos conhecimentos sobre o que fomos e como poderemos ser. De outro, o inexplicável divino cresce a olhos vistos principalmente como um consolo para os problemas do dia-a-dia sendo tido como a salvação da alma.Quem está certo? Não importa (pelo menos a mim). O importante é o caminhar do conhecimento humano para a melhoria de nossas vidas em todos os sentidos. Conhecer o passado é certamente a forma mais coerente de como pode ser o futuro, sem visões, sem suposições, sem “achismos”.
Para isso, cientistas e pesquisadores nos quatro cantos do planeta dedicam suas vidas à responder estas perguntas e mais do que isso, procuram deixar um legado para que as gerações futuras compreendam melhor como chegamos até aqui. Palentólogos, geólogos e outros profissionais escavam nosso passado para que possamos compreender o futuro de uma forma mais clara.
Pensando nisso, dias atrás encontrei um website que, além da riqueza gráfica, possui um conteúdo soberbo sobre nossa história como seres humanos neste planeta. Baseado em pesquisas, estudos e principalmente muita perseverança, o Instituto das Origens Humanas (The Institute of Human Origins) apresenta um documentário que cobre deste a descoberta do mais antigo fóssil até os dias atuais. Suas técnicas, as formas de datação, as equipes e tudo mais que qualquer pessoa precisa ou deseja saber sobre nossos ancestrais. Simplesmente um conteúdo de valor inestimável.
Se você, como eu, tem interesse em compreender além daquilo que nos é dito e dado como fato diariamente, faça bom uso da Internet e conheça o site clicando aqui. Lá você será apresentado há três milhões e meio de anos de história do hoje conhecido homo sapiens. Vale cada minuto.
Amigo meu me passou o endereço desta campanha/ONG que por mim foi prontamente aceita. Trata-se da TV-Turnoff, uma organização americana que encoraja as pessoas a não assistirem tanta TV e terem uma vida menos sedentária, mais saudável e obviamente, mais educada, culta.
Sabendo do lixo que é a TV brasileira (como em todo o mundo), um grupo de voluntários trouxe ao Brasil a mesma idéia e na próxima semana irá acontecer a Semana Internacional do Desligue a TV. Uma ação conjunta em vários países do mundo com o intuito de arrancar as pessoas da frente da TV para fazerem algo útil de suas vidas.
Participe! Vá ler um livro, passear num parque ou praia ou simplesmente durma. Dê uma folga para você mesmo e para seus neurônios. Deixe o porcão de domingo de lado, a vadia das segundas feiras e os imbecis de todos os dias de lado e curta o tempo longe da tela. Tenho certeza que não vai se arrepender.
Para saber mais sobre a organização e a semana, clique aqui.
“Não sei não, acho que é uma matéria que só é dada em escola particular…(Cambito)”
A procura de algumas informações referentes a design e criação, acabei caindo em um site que possui diversas animações gráficas. Uma delas é de Cambito, personagem fictício mas que ao mesmo tempo existe realmente em todas as grandes cidades de nosso país e que passa pelos mesmos problemas que milhares de pessoas em todo o mundo.
E hoje, por mera coincidência (ou pelo coração que sempre me leva para este lado) estive numa comunidade rural de João Pessoa para conhecer uma estação digital: programa do governo federal que leva à milhares de brasileiros o início de uma etapa; a mudança da condição de não ser ninguém para começar a se tornar cidadão novamente (ou pela primeira vez, não sei bem). E lá, duas senhoras aposentadas e ex-assistentes sociais levantaram com seus próprios braços espaço para sala de aula, oficinas de bordado, salas de música, capoeira e dança. Correndo atrás de ajuda de quem quer que fosse, conseguiram revitalizar o entorno daquela comunidade e trazê-la para dentro do projeto, dando à eles não somente um espaço de cultura e lazer, mas principalmente a base para que possam retomar a vida muitas vezes perdidas como “cambitos”.
Quando conto passagens assim, alguns pensam que foi por “obra de caridade” ou coisa semelheante que aquilo que lá está aconteceu. Não, não foi. Em uma frase muito interessante, uma das senhoras resume bem a história: “ao invés de nos tornamos parceiras da farmácia devido a aposentadoria, nos tornamos parceiros da comunidade e dos sonhos dela”. Ou seja, deixaram o sonho de ficarem banguelas sentadas diante de uma TV e de sua programação próxima a nada para colocar a mão na massa (literalmente) e devolver a sociedade um pouco daquilo que obtiveram dela: conhecimento.
Coisas como estas mostram o verdadeiro espírito empreendedor, não só destas duas pessoas mas de alguns poucos milhares de brasileiros idênticos. Saem de seus lares para se dedicar ao coletivo. Saem de sua condição “malomeno” para estender a mão à quem realmente precisa.
Fazer empreendedorismo com dinheiro é muito fácil. Fazer empreendedorismo com MBA de Havard e juros de bancos a fundo perdido até um imbecil faz (que a maioria o é mesmo). Agora fazer empreendedorismo no meio do nada, onde telefone chegou há uma semana (e isso porque estamos no século 21) e o asfalto mais próximo fica há 10 Km de distância, isso eu quero ver. Andar na Av. Paulista de pastinha debaixo do braço, vestidinho e salto alto ou terninho e gravata é mamata. Quero ver pegar no pesado no meio do nada.
Mas não adianta ficar aqui descendo o sarrafo nos yuppies. Cansei disso. Digo à todos que não tenho medo de nada, somente da burrice que se instala na cabeça de alguns e faz com que estes tenham a visão tão ampla quanto um asno com seus arreios.
O vídeo do Cambito pode ser baixado aqui. Por favor, assista até o fim e tente pensar no mesmo e também no comentário final. Quem sabe você, no conforto de seu lar com este seu notebook de última geração e acesso rápido à Internet, pára um pouco e pensa sobre o que queremos para nós mesmos. Seria isso?
Obs: fiz a asneira de não levar a máquina fotográfica. Mas como vou voltar lá para colocar a rede de computadores deles em pleno funcionamento e ministrar algumas aulas, tirarei as fotos para que compreenda o que é “empreendedorismo”.
Neste domingo o Chile, um dos únicos países sul-americanos que não possui fronteira com o Brasil (o outro é o Equador) está de presidente novo, ou melhor, presidenta. Com a maioria das urnas apuradas, a candidata socialista Michelle Bachelet é eleita com aproximadamente 54% dos votos válidos, sendo a primeira mulher a assumir o cargo máximo do país e com a função de dar continuidade à uma política voltada ao povo que dura 16 anos colhendo bons frutos e que levou este país a condição do melhor existente na América do Sul para viver.
Com uma população estimada em 16 milhões de pessoas, o Chile saiu de uma das mais violentas e sangrentas ditaduras militares ocorridas no século passado em nosso continente (pior inclusive que a brasileira) comandanda pelo general Augusto Pinochet, para se tornar hoje um país próspero, com uma renda per capita invejável de US$ 10.400 e um crescimento vertiginoso de 5,8% ao ano (2004).
Enfiado entre o Oceano Pacífico e a Cordilheira dos Andes e com pouca terra útil, ele se torna uma opção mais que interessante para os chilenos e outros povos latinos devido a qualidade de vida (mortalidade próximo a zero e espectativa de vida de 78 anos), a economia forte e a educação de altíssima qualidade conseguidas por meio da especialização em áreas de serviços e telecomunicações. Esta máxima é tão verdadeira que a taxa de migração do país é simplesmente zero para cada 1000 habitantes, sendo igual aos países escandinavos, por exemplo.
A eleição hoje de Michelle Bachelet vem solidificar a política que reduziu para algo em torno de 20% a quantidade de pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza e principalmente o respeito pelo cidadão com parte do todo onde, por exemplo, tanto o serviço militar quanto o voto são compulsórios e o acesso a educação, desde sua base, quase que obrigatório. Este conjunto faz certamente a diferença em qualquer sociedade.
Felicidades ao povo chileno e aos meus amigos de lá pela ótima escolha (uma mulher, principalmente). Pena meu país ainda não ter acordado para coisas assim e continuar mantendo as correntes da pobreza bem atadas na maioria da população, perpetuando uma política neo liberal que somente aprofunda a vala social existente entre ricos e pobres. Aqui, resta esperar ou… mudar para lá.
Estou para ver povo que dá mais alegria ao brasileiro que o argentino. Sempre é bom ganhar deles, sempre é bom badernar a vida deles, sempre é bom tudo com argentino (até o vinho). E agora nós brasileiros temos mais uma opção para passar por cima e, desta vez, dentro da casa deles.
O jornal La Nacion, um dos maiores do país vizinho colocou uma enquete no ar perguntado: “Qual a seleção que vai ganhar o mundial de 2006?” Estava tudo indo bem até que um brasileiro descobriu a mesma e….
Já tinha aqui comentado que adquiri o livro Ponto de Impacto do Dan Brown (o mesmo do Código da Vinci que vai ser lançado em filme no próximo mês de Maio) para uma leitura “sem compromisso”. Confesso que estou me tornando fã do autor que, de uma forma simples e ao mesmo tempo profunda, faz de temas atuais livros que prendem o leitor sem permitir que este vá ao banheiro.O enredo desta obra são as safadezas e falcatruas possíveis de serem feitas para eleger quem quer que seja. Tanto cá como lá, sempre existiram artifícios dos mais impensados para enfiar no poder não o melhor, mas aquele mais interessante para os interesses de poucos. Com isso em mente, o autor juntou algumas agências governamentais norte-americanas em um daqueles que seria, caso acontecesse de fato, o maior engodo possível de ser imaginado: um meteoro com fósseis que comprovaria a existência de vida fora da Terra (o que particularmente não duvido nem um pouco).
Passei 3 dias grudado na obra e me deliciei. Para quem gosta de intrigas, quebra-cabeças e emaranhados de histórias, vale a dica do livro.
Nárnia – depois de 20 anos
Quando do início da adolescência, como a maior parte dos garotos, era uma verdadeira pilha duracell ambulante: escola, bola, piscina, briga, esconde-esconde, subir em árvore, bicicleta e por ai vai. Mas tinha um diferencial de meus colegas: eu simplesmente amava a biblioteca da escola e lá passava incontáveis horas durante todo o ano.
A bibliotecária, Sra. Elizabeth (a amável Beth), sempre bonita e muito bem vestida, era uma pessoa que, de uma forma ou de outra, conseguia domesticar as feras do colégio. Eu, Newton Arraes, Marcelo Naime e alguns outros (como guardamos os nomes dos tranqueiras né) conseguíamos, em questão de minutos, fazer um pátio sepulcral se tornar um verdadeiro mercado de peixe que nem mesmo a diretora conseguia conter; somente a bibliotecária. Íamos para a “casa da leitura” e lá ficávamos não a contragosto, mas com um prazer enorme absortos na leitura das mais diferentes histórias que iam desde a série Vagalume (quem não lembra?) até… As Crônicas de Nárnia.
Nesta época travei conhecimento desta série de livros do autor C.S. Lewis que simplesmente me faziam viajar. Uma terra inexistente mas contada com tal riqueza de detalhes que era impossível se desligar. Queria sempre ler mais uma página para saber o que aconteceu com o personagem, fosse esse humano ou não.
Deixando a nostalgia de lado (que ainda vou contar aqui de minha sessão “best days” feita há pouco tempo), quando do primeiro trailer de filme As Crônicas de Nárnia no cinema, não acreditei (da mesma forma que Tolkien com o Senhor dos Anéis, o qual já tinha lido). Me senti voltando no tempo para o colégio em Campinas onde lia, muitas vezes embaixo das árvores do grande jardim, aquelas histórias.
De tanto falar, meu pequeno se interessou também e fomos nós para o cinema no dia da estréia nacional. Como previsto, é deslumbrante o que hollywood pode fazer. Lindo, simplesmente lindo. Os personagens, a fotografia, o cenário, a música (que você pode baixar o CD), tudo feito com um esmero que pouco vi em adaptações. Valeu cada minuto do filme e cada centavo gasto na entrada e na pipoca.
Mas qual não foi minha surpresa que, no natal, meu menino me vem com o livro de edição única de todas as crônicas? Nas próprias palavras dele, parecia uma criança ganhando um presente muito desejado. E certamente o foi. Agora, aproveitando a estada dele em férias na minha casa, aproveito para reler a obra que tanto me cativou há 20 anos atrás.
Para esta obra não preciso esperar a fim de comentá-la. É deslumbrante. Um conjunto de crônicas que fazem qualquer um (que possua bom gosto, é claro), viajar por mundos encantados e voltar a ser criança, sonhando com fadas, bruxas, animais falantes e as mais impressionantes aventuras que são possível imaginar.
Àqueles que não são dados a coisas do coração, que leiam Paulo Coelho. Dizem que vale a pena tanto quanto jornal de embrulhar peixe na feira.