Uma senhora entra na confeitaria e pede ao balconista um bolo “nega maluca”.
O balconista diz à freguesa que usar o nome “nega maluca”, hoje em dia, pode dar cadeia, por causa da Lei Affonso Arinos; da Lei Eusébio de Queiroz; do Artigo Quinto da Constituição; do Código Penal; do Código Civil; do Código do Consumidor; do Código Comercial; do Código de Ética; do Moral e Bons Costumes, além da Lei ‘Maria da Penha’
– Então, meu filho, como peço a porcaria desse bolo?
– Bolo Afro-descendente feminino com distúrbio neuro psiquiátrico.
Acho que estou ficando a cada dia que passa, mais chato. Tempos atrás escrevi que não mais iria votar em minha vida, decisão tomada devido diversas constatações explicadas no texto em questão. E de um tempo para cá, não mais assisto noticiários e tampouco leio jornal. Alguns podem pensar que vivo numa clausura ou ainda que estou virando ermitão. Não é nada disso, somente procuro algo que agrege em minha vida e não a coloque para baixo.
A mídia é um quarto poder. Tem forças para colocar um presidente sentado em sua cadeira e também forças para tirá-lo. Manipula a opinião pública de forma soberba que nem mesmo Jim Jones seria capaz de fazer igual (se bem que ele também era mídia). E assim dita, dia-a-dia, como as vidas das pessoas vão ser guiadas, seus hábitos de consumo, seus medos e tudo aquilo relacionado com a psicologia do ser humano. Se ainda fosse usada em pról da melhoria desta mesma vida, vá lá. O problema que os únicos beneficiados são os poderosos donos da “informação” e claro, seus anunciantes. Leia Mais
Desde o último pleito nacional ando pensando sobre o assunto e decidi: não voto mais. Desculpem-me os que ainda acreditam e os que nutrem a esperança de ver algo diferente. Eu não mais acredito que será a classe política que irá mudar nosso país, mas sim nosso povo e que não será pelo voto. Por quê da decisão? Explico.
Venho de família de comunistas de carteirinha. Comuna mesmo. Tenho até uma foto de meu pai com Luis Carlos Prestes pendurada no quadro da sala. Desde pequeno sempre acreditei naquela ladainha do “povo unido, jamais será vencido”, torci e trabalhei com todas as forças para ver lá no topo a esquerda. Mas… quanta frustração. Chegou este dia e nada mudou. Aqueles que surravam a escória da sociedade representada por Sarney, Calheiros, Collor de Mello, Maluf e os demais (que já deve conhecer), agora andavam de mão dadas, afagos e tapinhas nas costas, só faltando fazer boquete. Então, o que restou? Uma frustração enorme, uma tristeza sem fim em ver toda a energia e esperança depositada em alguns para… nada.
Parece que o Brasil é especialista em criar frustrações. Veja a Fórmula 1. Depois da morte de Ayrton Senna, que graça teve? Assistir uma corrida onde sempre era o mesmo que vencia (o alemão voador) e ver um funcionário da F1 desfilando sua pulseria Power Balance para todos dizendo sempre que “no ano que vem será melhor”. O mesmo com nossa tão famosa seleção de futebol. Temida por muitos, virou um saco de pancada com os mesmos Cafu’s, Roberto Carlos e Dunga’s da vida. E quando se renova é mais do mesmo.
Obviamente que esta decisão acarreta alguns problemas e especialmente para mim, um grande. Sem a votação obrigatória ainda existente neste país (criada para poder sustentar esta mesma corja que está no planalto central há décadas), não posso tirar meu passaporte, documento imprescindível para uma pessoa como eu que faço das companhias aéreas, sofá de casa. Mas eis que confirmei minhas suspeitas: mesmo não votando e não justificando nas duas últimas eleições (isso mesmo, eu NÃO votei no Tiririca), resolvi o problema com míseros três reais e cinquenta e um centavos; valor da multa eleitoral paga por minha intransigência cívica. Colocando na ponta do lápis, não vale a pena sair de casa para votar pois a perda de tempo e o custo, além de manter a mesma coisa de sempre, é mais caro que a multa a ser paga para regularizar a situação.
O valor da multa eleitoral
Alguns vão dizer que assim não exerço minha cidadania. Sim, exerço pois a decisão de ir ou não escolher quem vai me representar deveria ser minha e não uma obrigatoriedade que já acaba logo na entrada com esta tal cidadania. Depois, a reciclagem que acontece é devido a morte que tenta dar uma maozinha (mas também não faz milagre). Morre um ACM e vem o neto ocupar seu lugar. Sarney “foge” para o Amapá mas deixa seu clã a postos no Maranhão. E o que dizer de Collor; depois de uma “saída estratégica para a direita”, retorna as bancadas do senado para legislar sobre todos.
“Mas tem quem preste”. Sim, tem. Até o momento que chega lá. Depois, o sistema e a corrupção é tão forte e tão onipresente que aquele “que presta” se suja de lama até o último fio de cabelo ou simplesmente nada faz porque a máquina emperra. Cansei de ver durante mais de 20 anos gente boa se elegendo, se corrompendo ou se perdendo nas engrenagens da política brasileira. Na verdade, não na política, mas sim na politicagem.
MIlton Nascimento exprime em sua magnífica música Travessia todo este sentimento: “já não sonho, hoje faço, com meu braço o meu viver”. Acredito sim que vamos mudar em algum momento deste século quando deixaremos de ser os boçais que engolem as manobras de Maluf para se sustentar em cargos, os roubos sistemáticos aos cofres públicos, as maracutaias de dinheiro nas meias, cuecas, orifícios rugosos e onde mais puderem enfiá-lo. E que me desculpe Teotônio Vilela e tudo aquilo que fez pelo país, mas menestrel que fala a língua do povo não mais existem nesta terra. Resta simplesmente esperar que as leis da seleção natural façam sua parte. Enquanto isso, vou deixando de votar para não ter que escolher entre Tiririca, Romário ou Vagner Montes para me representar pois, nem mesmo no mais alto grau de insanidade, tipos como estes poderiam ser minha voz, onde quer que seja.
Acabei de ler a obra Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil do jornalista paranaense Leandro Narloch e confesso que há muito tempo não lia algo tão bom sobre nossa história (acho que o último foi a série de Elio Gaspari sobre a ditadura em nosso país).
De fácil leitura e com português para qualquer ameba entender, o jornalista fez um soberbo trabalho de busca e recuperação de informações sobre as verdades de nossa história e que são, convenientemente, jogadas para baixo do tapete a fim de pintar um quadro mais bonitinho. Levanta “lebres” sobre a escravidão no Brasil, sobre os portugueses, sobre a Guerra do Paraguai, a ditadura, figuras como Santos Dumont e Aleijadinho, além da divertida passagem sobre o Acre (que ainda acredito ser a terra de Lost da América do Sul).
Valeu cada centavo pago no mesmo, fosse pela qualidade do material ou ainda pela coragem do jornalista que joga titica com um baita ventilador na cabeça de muita gente. Melhor assim. Quem sabe desta forma não paramos para pensar no que somos realmente?
Disponível nas melhores (e piores) livrarias do Brasil.
Hoje, dia 5, o pau come no TSE. Entra em votação uma questão que para uns está mais que resolvida e, para outros é um verdadeiro terror. Estou falando das pesquisas com células-tronco embrionárias, ou seja, o uso de células humanas congeladas para pesquisas contra doenças e males que afligem milhares de pessoas como diabéticos, paraplégicos e outros. O assunto é tão importante que a presidente do tribunal reservou a tarde toda desta quarta-feira para o assunto que promete esquentar Brasília e o país.
Claro que os religiosos de plantão estão fazendo aquele lobby contra este que é considerado um “pecado capital”, mas pelas sondagens a matéria passa com folga no plenário. Melhor para aqueles que realmente precisam. Minha opinião? Totalmente a favor deste tipo de pesquisa. Não é porque estamos estudando este tipo de área que vamos virar deuses, pelo contrário, só queremos (aqueles que são a favor) permitir que o conhecimento humano possa andar mais um passo e principalmente que auxilie os necessitados.
Mas, pensando bem, brincar de Deus seria uma coisa muito bacana. Pelo menos poderíamos matar no ninho coisas como Bush. Já pensou que legal?
PS: Se você é contra ou abomina a idéia, antes de postar qualquer comentário com base em religião ou blábláblás de Deus, me arrume antes uma boa desculpa para explicar as matanças realizadas em nome de “deus” em dezenas de países do mundo. Aí a gente conversa…
Quando criança adorava um jogo de cartas chamado Super Trunfo. Eram cartas sobre os mais variados temas (carros, barcos, aviões, etc) onde os jogadores ficavam com um maço na mão e “disputavam” as cartas dos outros, desafiando com determinadas características da carta que estava na frente do maço. Era um jogo muito bacana, aprendia algumas coisas interessantes e principalmente, passava o tempo.
Há algum tempo encontrei na web um jogo semelheante chamado Golpe. Usando a mesma estrutura do Super Trunfo, um brasileiro de saco cheio com os políticos nacionais resolveu colocar em prática a idéia de fazer deles, cartas do jogo. Nada mais engraçado, interessante e claro, fundamental para que possamos conhecer as “figurinhas” que decidem (ou tentam) nosso futuro como nação.
Gostou? Pois você pode fazer o download do jogo na Internet gratuitamente clicando aqui. Na verdade são as folhas para serem impressas por você e que depois precisam ser recortadas. Pouco trabalho, nenhum custo, muita diversão.
Em 1992 aconteceu na cidade maravilhosa a ECO-92, uma oportunidade única para delegações de dezenas de países conhecerem e se esbaldarem nas praias do Rio de Janeiro. Quinze anos depois pouca coisa (ou nenhuma) mudou, mas algumas coisas ficaram e uma delas é um discurso de uma garota canadense para lá de pesado, um verdadeiro tapa na cara daqueles que lá estavam.
A garota não sei onde está. Pode ter sido assassinada pelos americanos ou ainda morrido de câncer devido ao monte de porcaria que produzimos, mas o vídeo do discurso (legendado) pode ser visto abaixo.