Categoria: Viagens

Assumindo de vez

Durante muito tempo achei que tatuagem era coisa de gente sem eira nem beira mas hoje tenho que admitir: puro preconceito inexplicável, daqueles que fincam raízes em nossas mentes de uma forma que desconhecemos.

Com dezenas de passagens, boas e ruins, ocorridas comigo nos últimos dois anos, revi vários destes preconceitos bestas que carregava e um deles era este, mas ainda não tinha coragem de “quebrar a barreira” e fazer uma em meu corpo que mesmo estando fora de forma, sou apaixonado por ele (ainda bem né!).

Mas a idéia ia martelando na cabeça e final do mês passado resolvi, já que ia mudar radicalmente de vida e por não sei cargas d’água acredito que estou no meio de minha estada na Terra, fazer uma. Porém existia um dilema: o que tatuar? Teria que ser algo que eu me identificasse, que gostasse realmente e que possuísse um significado muito grande para mim. Então, resolvi tatuar aquilo que expressa de uma forma simples, fácil e até “meiga” o sentimento de liberdade que tanto batalho e tanto gosto.

Minha Tatoo

Isso mesmo, um TUX, o mascote do sistema operacional Linux que representa toda esta questão de liberdade. Como detalhe adicional, uma bandeira do Brasil que mesmo sendo desta mãe muitas vezes ingrata, ainda é pátria amada de formas inexplicáveis e que claramente indicaria minhas raízes, estando onde estivesse.A tatuagem foi feita em São Caetano do Sul no estúdio do Johnny, um cara extremamente detalhista e com um traço perfeito. Muito bem indicado, o trabalho ficou sensacional, acredite.

Arrependido? Não, de forma nenhuma. Além disso, é interessante ouvir as pessoas comentarem “ele tem um pinguim nas costas” e mais interessante ainda quando reconhecem que é o Tux, o mascote do Linux. Sinal que as coisas estão mudando.

PS: Se quiser fazer uma tatto legal também, fale com o Johnny pelo fone (11) 9334-7878.

Primeira grande providência: milhas

Com a aproximação da viagem para o Timor, a primeira grande providência é arrumar um cartão fidelidade para não perder as milhas deste primeiro vôo (e claro, dos outros que irão surgir). Muito bem, toca então conseguir um cartão.

Tentei primeiramente a LanChile mas o sistema deles não finaliza o processo. Por três ou mais vezes, sempre a mesma mensagem de erro. Descontente, vamos para a segunda opção, a companhia australiana Quantas. Nela, uma surpresa: você tem que pagar para fazer parte do programa. Como pobretão que sou, declinei da singela oferta de AU$ 89 pelo cartão. O que fazer então?

Fui verificar então o site da OneWorld, uma aliança de companhias aéreas para saber se existia alguma que pudesse usar (algo como a StarAlliance que a Varig faz parte). Dentre as companhias que participam achei a solução: Iberia. Uma empresa espanhola de aviação que sempre tive boas referências com a mesma. Procuro o programa de milhagens, rapidamente preencho os dados e cá está o cartão na mão.

Iberia

Agora é só apresentar no check-in da LanChile ou Quantas para receber as milhas. Mesmo não sendo destas companhias, existe uma “troca” entre elas e valem da mesma forma.Nada como um pouco de “neurônio” para resolver o problema e aproveitar. Quem sabe não arrumo uma passagem para Tóquio de graça?

O verdinho sai da mala

passsaporteOba, mais uma para fora. Pena que desta vez eu já tenho o carimbo no passaporte. Deste jeito não chego aos 50 países nunca! Mas tudo bem, o que importa é rever os amigos e fazer um bom trabalho.Dia 24 saio em viagem novamente para a Colômbia. Tudo acertado para uma semana nas terras das orquídeas e rosas, além do óbvio café xoxo deles (deixa meus amigos colombianos saberem que falo isso).

Desta vez participo de um evento no SENA – Servicio Nacional de Aprendizaje (tal qual o SENAI do Brasil) da cidade de Medellin, além de visitar o Parque Tecnológico de Antioquia, onde meu amigo Elkin Botero trabalha e também a Dra. Luz, diretora do parque e pessoa de mais algo gabarito intelectual (parece-me mesmo que a idade nos faz ver as coisas com um diferencial muito grande).

Na volta, ainda passo por Poços de Caldas/MG em outro evento, retornando no começo do mês em casa. Na bagagem, a câmera com cartão limpo e infelizmente o sobretudo. Dizem que em minas está aquele frio.

Ainda voarei num destes

AirbusUma maravilha da engenharia aeronáutica. O Airbus A380 é hoje o maior avião do mundo com capacidade máxima de 656 passageiros (A380-900) distribuídos em dois andares e três classes. Com autonomia de 14.100Km, ele pode fazer Rio de Janeiro – Melbourne (Austrália) sem escalas. Uma verdadeira máquina que certamente irei usar dia destes.
Essa é a introdução para um vídeo que em sete minutos, apresenta a montagem de um A380 desde a logística absurda para trazer as partes diretamente dos fornecedores, até a pintura final. Quem gosta destes monstros, vai se deliciar.

Nosso mundo bizarro

O que é isso? Sabe me dizer?

River

Vou lhe dar uma dica. Não é uma veia do corpo humano e tampouco um desenho sem pé nem cabeça. Na realidade isso existe mesmo e em nosso país.

Já matou a charada? Não? Tá bom vai. Essa é uma foto do encontro do rio Negro (acima) com o rio Solimões (abaixo) em Manaus/AM tirada por um satélite.

Mas isso não é o legal da história. O legal é este filme aqui produzido por uma agência de publicidade e que mostra dezenas de imagens de nosso planeta tiradas por satélites, pela Estação Espacial Internacional e pela Space Shuttle. Depois, trabalhadas com um programa de imagens e montadas como um filme. Dezenas de imagens de acidentes geográficos e coisas de nossa terra que são as maiores obras de arte existentes.

Lá também é possível ver outro filme que é o Deep Space. Da mesma forma, fotos de estrelas há milhões de anos-luz de nós até chegar “aqui na esquina”. Outra obra-prima.

Acesse o site e se apaixone.

Será que estico?

Amigo meu, Rico (é o nome dele e não a condição) é indonésio. Figura já na casa dos 45 anos, boa praça de um inglês risível quando falado mas de uma sagacidade e refino para coisas bonitas que assusta.

Ele possui uma pequena empresa de web na Indonésia e compartilhamos juntos muitas das tarefas da Mambo Foundation onde ele é um dos diretores. Comentando sobre minha próxima grande viagem que tem como destino a Austrália, ele me fez um convite para passar uns dias com ele e sua família em Bali. Obviamente que agradeci o convite mas disse que estava no Brasil dos reais e centavos e não no mundo do euro ou dólar, ou seja, é caro pacas um vôo da Austrália até Bali.

Como bom anfitrião, disse que eu estava arrumando desculpas para não ir e quis instigar-me um pouco com alguns sites desenvolvidos pela sua empresa com fotos dos “singelos” locais disponíveis pelos seus clientes para se passar uma temporada… bem, sem palavras não é?

É acho que vou acabar dando uma esticadinha na viagem.

O trabalho de Rico e estes lugares maravilhosos podem ser vistos em seu site clicando aqui.

O Chile torna-se a melhor opção

Neste domingo o Chile, um dos únicos países sul-americanos que não possui fronteira com o Brasil (o outro é o Equador) está de presidente novo, ou melhor, presidenta. Com a maioria das urnas apuradas, a candidata socialista Michelle Bachelet é eleita com aproximadamente 54% dos votos válidos, sendo a primeira mulher a assumir o cargo máximo do paí­s e com a função de dar continuidade à uma polí­tica voltada ao povo que dura 16 anos colhendo bons frutos e que levou este paí­s a condição do melhor existente na América do Sul para viver.

Com uma população estimada em 16 milhões de pessoas, o Chile saiu de uma das mais violentas e sangrentas ditaduras militares ocorridas no século passado em nosso continente (pior inclusive que a brasileira) comandanda pelo general Augusto Pinochet, para se tornar hoje um paí­s próspero, com uma renda per capita invejável de US$ 10.400 e um crescimento vertiginoso de 5,8% ao ano (2004).

Enfiado entre o Oceano Pací­fico e a Cordilheira dos Andes e com pouca terra útil, ele se torna uma opção mais que interessante para os chilenos e outros povos latinos devido a qualidade de vida (mortalidade próximo a zero e espectativa de vida de 78 anos), a economia forte e a educação de altí­ssima qualidade conseguidas por meio da especialização em áreas de serviços e telecomunicações. Esta máxima é tão verdadeira que a taxa de migração do paí­s é simplesmente zero para cada 1000 habitantes, sendo igual aos países escandinavos, por exemplo.

A eleição hoje de Michelle Bachelet vem solidificar a polí­tica que reduziu para algo em torno de 20% a quantidade de pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza e principalmente o respeito pelo cidadão com parte do todo onde, por exemplo, tanto o serviço militar quanto o voto são compulsórios e o acesso a educação, desde sua base, quase que obrigatório. Este conjunto faz certamente a diferença em qualquer sociedade.

Felicidades ao povo chileno e aos meus amigos de lá pela ótima escolha (uma mulher, principalmente). Pena meu paí­s ainda não ter acordado para coisas assim e continuar mantendo as correntes da pobreza bem atadas na maioria da população, perpetuando uma polí­tica neo liberal que somente aprofunda a vala social existente entre ricos e pobres. Aqui, resta esperar ou… mudar para lá.

Hasta pronto!

Que domingo!

Domingão foi dia de despachar meu pequeno de volta para Campinas. Depois de 20 dias na casa do pai, estava na hora de voltar à vida de escola e amigos. Então toca ir à Recife (ou ao Recife, como teimam os locais em chamar a cidade) para embarcá-lo no vôo que saía do aeroporto internacional.

Obviamente que algo tinha que dar errado. Chegando no balcão da Gol, atende uma mocinha que pede os documentos da criança e, obviamente, a autorização para que ele pudesse viajar só. Eis que a dita cuja lê a autorização e diz que não era válida. “Mas por quê não é válida se está dentro do prazo e constam todos os dados?”, questionei eu. “Ele não pode embarcar pois não existe o nome da cidade para onde ele vai”.

Para encurtar a história: quando estive em Campinas mês passado, fui ao juizado de menores para tirar a autorização pois sabia que sem ela não embarcaria. A atendente preencheu como normalmente faz e escreve: “ida e volta” Ora, se na autorização consta o endereço de residência (Campinas), foi para João Pessoa e está voltando para casa (com passagem comprada ao destino), para onde está indo? Grécia?

Não teve acerto. A supervisora (outra porta) aparece dizendo que não poderia embarcar pelo mesmo motivo. Não acreditando no que estava acontecendo e vendo a hora passar, perguntei onde ficava o Juizado de Menores do aeroporto (todo aeroporto grande tem um): “não funciona hoje!!!” me fala a estúpida. Muito bem, e onde fica a Polícia Federal? “eles não podem autorizar o embarque!!!” (novamente a estúpida). Neste momento quase perco as estribeiras e enfio-a na esteira de bagagem estiquetada para entrega no Sudão.

Procurei a Polícia Federal e expliquei o caso ao agente de plantão que disse: “sim, o senhor está correto. Vou tentar resolver”. Certamente aproveitou-se do poder de seu broche de lapela para dar aquela escrachada que eu queria dar na “supervisora” da Gol e, 10 minutos depois, volta com uma autorização “complementar”. Com isso, retorno ao guichê para que embarcassem o meu pequeno.

Que paúra viu!

Mas valeu a pena a ida à Recife (é feminino: a cidade de Recife). Um passeio pelo centro velho da cidade, um agradável almoço, um café que há muito não tomava no nordeste (paulista, of course) e, na volta pela BR-101, mais um presente dos céus para minhas fotos sem compromisso.

Desculpem os grandes pintores, mas matizes assim, só a natureza.