Parece-me que as pessoas passam por uma crise de identidade tão grande quanto a incerteza do que nos reservam os próximos dez mil anos. Não falo da incerteza de não saber o que vai ser ou deixar de ser no futuro. Eu mesmo não sei o que vou ser e tampouco me preocupo com isso. Acho uma perda de tempo imensa tentar prever o futuro e, como não tenho bola de cristal, piora. Fazer planos numa vida que pode acabar em um mísero segundo é no mínimo tolice.
Mas no afã de ser algo para a sociedade que cobra a cada dia mais resultados, mais esforços e mais suor e lágrimas, pessoas esquecem a essência do que são; absolutamente nada. Isso mesmo, nada vezes nada. Simplesmente um aglomerado de átomos que deram a baita sorte de estarem organizados de tal forma a montarem um corpo e este andar sobre outros átomos também organizados em forma de terra e água. Crer que somos alguma coisa mais que isso só pela capacidade de raciocínio, é perpetuar o erro que nossos pais e avós legaram quando insistentemente cobravam que “precisávamos ser alguém na vida”, completando com um título ou nome de profissão o final da frase. Leia Mais